sábado, 24 de dezembro de 2011

2012 nos espera...


O mundo começa a ganhar outra cara: Bin Laden se foi, os ditadores no Oriente Médio estão entrando em extinção, os países emergentes ganham as primeiras páginas dos jornais, a Europa já não é mais como antes, o Facebook virou febre, a morte de Steve Jobs deixou uma geração inteira com a sensação de orfandade, o Brasil deixou de ser referência no futebol, corrigir o filho deixou de ser sinal de amor e passou a ser considerado crime, EUA assumiu não ser onipotente, o CQC não terá mais Rafinha Bastos e nem Danilo Gentili como seus integrantes, Silas Malafaia se tornou o porta voz da “igreja evangélica no Brasil”, as favelas do Rio de Janeiro estão se pacificando, o mundo inteiro começa a cantar uníssono: “ai se eu te pego... ai ai se eu te pego...”e Fátima Bernardes não apresentará mais o Jornal Nacional.

A nova cara do mundo é tão velha quanto o próprio mundo. Algumas coisas mudam de lugar, mas continuam sendo o que sempre foram. A humanidade continua a mesma e caminhando para o mesmo lugar, os pecados se repetem, os esforços altruístas das minorias continuam, os avanços na direção do bem continuam a passos de tartaruga, a ganância dos homens continua sendo a engrenagem que move a sociedade, a arte continua sendo arte, os insubstituíveis continuam lotando os cemitérios, a TV continua a mesma com suas programações enfadonhas, e assim caminha a humanidade.

Eu estou no mundo e reconheço que não posso encarar um novo ano sem a pretensão de melhorar, preciso de uma nova cara, mas não quero me parecer com esse mundo. A proposta do evangelho é que nos pareçamos com o Mestre, por isso nesse ano de 2012 pretendo amar mais, pretendo também não me embaraçar nos arames farpados da amargura, nesse próximo ano quero enxergar com os olhos da graça, quero amar o que Deus ama e odiar o que Ele odeia, pretendo me doar às causas nobres, e me esforçarei para não perder o coração no tempo que me resta. Não sei o que me espera no ano de 2012, contudo não pretendo ser surpreendido ao me olhar no espelho e perceber que me tornei tão diferente de Jesus.

Um bom ano a todos!


Jonatas Oliva


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os meus líderes


Infelizmente nos dias de hoje os meus referenciais de liderança tem se reduzido a poucas pessoas que considero como realmente relevantes. Sinto-me extenuado diante dessas lideranças que precisam de um holofote, uma câmera, um microfone ou uma grande multidão para exercerem a autoridade profética, alias, são poucos, muitos poucos aqueles que não mercadejaram a própria alma e ainda tem alguma autoridade profética para exercer. O sucesso dos mestres da mídia evangélica já deixou de me cativar a tempos. Não me iludo com esses números mirabolantes que envolvem cruzadas milionárias em nome de Deus, pois se essas cruzadas traduzissem a realidade de conversão, o Brasil inteiro e parte do mundo já estariam convertidos ao evangelho. Tenho me deparado com excelentes pregadores, cantores, administradores, animadores, empreendedores... Mas confesso que tenho garimpado muito para achar bons pastores, adoradores despretensiosamente santos, homens e mulheres que consigam ser relevantes mesmo quando não são observados ou aplaudidos pela multidão.

Felizmente nem tudo está perdido. Ainda existem pessoas entre nós do qual o mundo não é digno, e são essas pessoas que, mesmo sem ser celebradas pela crescente multidão gospel, arrancam de mim uma gratidão eterna e um desejo enorme de caminhar na contramão do mundo. Boa parte dos meus referenciais de liderança provavelmente não serão lembrados nos estudos da História da Igreja e nem serão mencionados como heróis da fé. Mas não tem problema, acho que eles mesmos ficariam desconfortáveis com os aplausos dos homens. Muitas dessas pessoas que me discipularam e ainda me discipulam na vida não sairão do anonimato e a certeza que rasga meu coração é que na eternidade cada uma receberá a coroa de glória que está prometida por Aquele que galardoará cada um segundo o seu trabalho. Os meus referenciais na vida são na verdade grandes presentes de Deus que procurarei cultivar para sempre no meu coração e imitá-los na minha caminhada.


Jonatas Oliva

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Se servindo para servir



Deixando Ele a sinagoga, foi para casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se enferma, com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela. Inclinando-se Ele para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou; e logo se levantou passando a servi-los. Ao por do sol , todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias, lhos traziam, e eles os curava, impondo as mãos sobre cada um. Também de muitos saiam demônios, gritando e dizendo: Tu és o filho de Deus! Ele porém os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser Ele o Cristo.

Lucas 04: 38-41

O que é uma febre diante de uma possessão demoníaca? Ou o que é uma “febrizinha” diante de uma lepra? Isso é o que muita gente pensa olhando para esse texto, visto que ele se encontra entre duas histórias tensas, onde o milagre se manifestou entre os destroços de pessoas completamente arrebentadas. Gostamos de categorizar as dores e criar o “top dos dez piores sofrimentos”. Ainda bem que com Jesus não é assim! Lepra não é um problema maior do que uma rejeição, Ele dá atenção a um coxo, mas também cura um gago, ele expulsa demônio de um jovem, mas cura também a febre de uma mulher. Pra Jesus nossa dor sempre é dolorida, independente de ser metástase ou não. Por isso Ele dá atenção a todos nós sem questionar se temos ou não motivos para chorar. Ele enxuga nossas lágrimas, Ele nos pega no colo se arranharmos ou se nos quebrarmos ao cair dos penhascos da vida.

A sogra de Pedro estava com uma febre que poderia matá-la, logo ela se tornou alvo da intercessão de alguém, e na vida também é assim. Nem sempre os enfermos conseguem gritar ou se arrastar entre a multidão, às vezes se faz necessário que um amigo peça por quem desfalece. O intercessor tem sempre o seu lugar na história, quem intercede se parece com Cristo e talvez uma das maiores necessidades da igreja não seja de pessoas mais inteligentes, mais ricas, mais poderosas; talvez uma das maiores necessidades da igreja seja de pessoas capazes de se compadecer com a dor alheia e interceder com a intensidade de quem ama de verdade.

Jesus se inclinou para a mulher e deu ordens para que a febre fosse embora e a febre a deixou, pois a voz de Jesus é mais poderosa que qualquer anti-térmico que venha a ser desenvolvido. A mulher que estava morrendo de febre de repente se levantou e passou a servir a Jesus e a todos que estavam ali. Ela se serviu da graça para poder servir o Senhor da graça. Seria bom se todos que um dia se serviram da graça de Deus tivessem essa mesma atitude da sogra de Pedro, mas infelizmente não é assim na maioria dos casos. Boa parte das pessoas que são tocadas pelas mãos de Jesus se enclausura em suas ambições e se tornam demasiadamente vagarosas no serviço cristão. Passar a servir depois de ser servido é a grande lição que precisamos aprender. Jesus nos serviu, agora resta-nos abraçar a bacia e a toalha e servirmos uns aos outros em amor.

O aroma da graça se espalhou de uma forma tão rápida naquela cidade e em suas redondezas que em pouco tempo a casa que abrigava uma mulher que jazia em febre e foi curada, de repente foi tomada por enfermos e endemoniados de toda natureza. Jesus atraia multidões porque amava, Ele sempre se compadeceu daqueles que vagueavam de um lado para o outro como se fossem ovelhas sem pastor. Aquela casa se transformou em um hospital porque o Médico dos médicos estava ali. O Jesus dos evangelhos tem esse poder de mudar o ambiente, trocando o desespero pela esperança, matando a morte e gerando vida, expurgando o ódio e semeando a paz.

Jonatas Oliva

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


International Christian Concern pede oração urgente pelo pastor preso Youcef Nadarkhani que recebeu a notificação de que será executado sob a acusação de "apostasia" - a conversão do islamismo para o cristianismo - e aguarda agora o veredicto final do tribunal.

O pastor Youcef Nadarkhani, líder da igreja em Rasht, no Irã, foi preso em 13 de outubro de 2009 por questionar a prática de educação islâmica de estudantes cristãos - incluindo seus próprios filhos – que obriga a leitura do Alcorão na escola. Sua execução, inicialmente prevista para 24 de outubro, foi adiada para uma data desconhecida pelas forças de segurança na esperança de que Youcef renunciasse a Cristo e voltasse ao islamismo. Uma vez que o veredicto final do tribunal é entregue, o pastor Youcef terá 20 dias para recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

A esposa do pastor Youcef, Fatemeh Passandideh, foi presa em 08 de junho e sentenciada à prisão perpétua. No entanto, depois de uma apelação, ela foi liberada após uma audiência dia 11 de outubro. Embora sua esposa tenha sido absolvida, é improvável que o seja concedido o mesmo ao marido pois a sua atividade cristã era mais proeminente e sua acusação mais grave.

Em uma carta à comunidade cristã internacional, o pastor Youcef tomou coragem e consolou os cristãos ao redor do mundo: "O que temos hoje, é uma, mas não insuportável situação difícil, porque Ele não nos prova mais do que a nossa fé pode suportar... Devemos considerar essas situações e as prisões como uma oportunidade para testemunhar o Seu nome."

Ore para que o pastor Youcef Nadarkhani encontre coragem e confiança no Senhor. Ore também para que se for vontade de Deus, ele seja liberado e se não, que ele exemplifique a Cristo e dê glória a Deus em seu chamado para sofrer pelo nome de nosso Salvador.

Ore pela esposa do pastor e seus dois filhos para que Deus sustente-os durante este período de grande provação. E que eles permaneçam firmes na fé e perseverem em face da tirania e da perda.

Ore pelos cristãos iranianos para que não sejam intimidados ou se cansem, mas compartilhem o Evangelho com coragem e procurarem orientação do Senhor e a graça diariamente.

Lembre-se dos presos, como se estivésseis presos com eles, e aqueles que são maltratados como se vocês estivessem sofrendo. Hebreus 13:3, NVI

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

E Jesus entrou no templo


“Entrou Jesus no templo, e expulsou a todos que vendiam e compravam, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: a minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. Vieram ter com ele no templo cegos e coxos, e ele os curou. Vendo então os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e as crianças clamando no templo: Hosana ao filho de Davi, ficaram indignados. E perguntou-lhes: ouves o que estes dizem? Respondeu-lhes Jesus: sim, nunca lestes: da boca de crianças e pequeninos tiraste o perfeito louvor? E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde passou a noite.”

Mateus 21:12-17

O templo onde Jesus entrou era o lugar para onde se convergiam os religiosos judeus e seus simpatizantes, esse também era o endereço onde se concentrava quase todo comércio religioso judaico. O templo pode ser muita coisa dependendo de quem esteja lá: ele pode ser um grande comércio se lá estiverem comerciantes e compradores, pode também ser um maravilhoso clube social se lá estiverem os associados, o templo pode até ser uma empresa se nela estiverem seus diretores e seus empregados. Definitivamente, o que faz do templo o lugar de oração não são as paredes, sua história ou sua placa, são as pessoas que o habitam que tem o poder de torná-lo sagrado ou profano. Quando Jesus entrou no templo Ele percebeu que aquele lugar estava fétido, Deus não estava ali. O próprio Cristo disse que é impossível servir a dois senhores, nesse caso ou Jesus entrava e os cambistas saíam ou os cambistas ficavam e Ele saía. Jesus ficou e limpou todo o ambiente. A grande verdade é que Ele deseja fazer isso nos templos, sejam de pedras ou sejam de carne, seja na organização ou seja no organismo a faxina precisa acontecer.

Depois de limpo o que era concentração de ladrões se tornou numa grande concentração de fé e milagres. Deus tem esse poder de transformar ambientes. Os ladrões deram lugar aos doentes e aí sim o templo voltou a ser o que nunca deveria de ter deixado de ser: Casa de oração, Templo da misericórdia o lugar onde a graça de Deus é derramada de forma abundante. Os necessitados só encontrariam refúgio num lugar onde Jesus estivesse presente e reinando. Os cegos e os coxos não estavam ali pela beleza do lugar e sim pela grandeza do Nazareno.

Com Jesus no templo os doentes foram acolhidos e as crianças se tornaram em referência de adoração. Talvez por isso muitos religiosos se esforcem para colocar Jesus do lado de fora do templo e até de suas vidas, pois a presença de um Deus que não mercadeja á fé incomoda quem precisa comercializar até a alma do povo. Jesus se indignou vendo o templo se transformar em covil de ladrões e os ladrões se indignaram ao ver Jesus transformar o covil em templo. Naquele dia as crianças entraram no templo e deram aula para sacerdotes, escribas e levitas, e o grito que elas fizeram ecoar entre aquelas paredes derrubou a fortaleza da religiosidade que para nada prestava, a não ser para alimentar a ganância de quem lucrava com o que não é comercial.

Jonatas Oliva


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Não espere de mim o que você não espera de você



Porque as pessoas querem que os outros sejam o que elas mesmas nunca foram? Bem, acho que a frustração de não ser tudo o que sempre se sonhou é uma das respostas, sendo assim é mais fácil cobrar a mudança do outro do que assumir o fracasso de nunca ter mudado. Algumas pessoas têm fobia de espelho e fogem de suas imagens como o diabo foge da cruz. Colocar no outro a responsabilidade de ser uma pessoa melhor é mais fácil que melhorar. Cobrar santidade é mais fácil que ser santo, esperar o amor do próximo é mais fácil que amá-lo, exigir o pedido de perdão é infinitamente mais fácil que pedir perdão. Querer que o outro seja perfeito é extremamente cômodo, pois assim fazendo teremos sempre um motivo para condenar quem quer que seja, visto que ninguém é perfeito. Sempre acharemos pessoas para apedrejar, o problema é achar quem possa lançar a primeira pedra sem ter que por a máscara da hipocrisia. Os homens precisam se reconciliar com o espelho antes de apontar o dedo em riste, todos nós precisamos passar pelo banco dos réus antes de querermos ser juízes do próximo, nosso desafio é o de nos desfarizaisar, pois só assim estaremos livres de cobrar dos outros o que não tivemos coragem de cobrar de nós mesmos.




Jonatas Oliva

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Jesus está no templo?



Certa vez os discípulos de Jesus o chamaram e lhe mostraram a estrutura do templo em Jerusalém. Aquele templo havia sido reconstruído após o retorno dos israelitas do cativeiro e reformado por Herodes, o grande, tornando-se uma das maravilhas do mundo. O templo, que já havia sido construído, destruído, refeito e reformado era imponente por sua beleza, mas Jesus não se impressionou com toda aquela arquitetura. Aliás, Jesus não se impressiona com nossas arquiteturas, pois quase sempre, o que construímos, não passa de casebres de babel. Segundo Jesus, toda aquela construção não passava de pedra sobre pedra.

A relação de Jesus com o “templo sagrado” sempre foi bastante tensa, talvez por isso Ele não tenha construído nenhuma basílica. O lugar que Ele sempre desejou estar é naquele que Ele mesmo criou, ou seja: no nosso coração. Os grandes templos só serão grandes de verdade se o Senhor dos senhores lá estiver, pois a grandeza de um lugar não se mede por metros quadrados, mas sim, pela glória de quem o habita. “Aqui está alguém que é maior do que o templo” disse Jesus certa vez. Todos nós sabemos que as pedras ficarão e o que subirá um dia, são os templos de carne e osso que carregam em si o Espírito de Deus. Todos nós sabemos dessa verdade, mas vivemos como se ela não existisse. Nosso interesse em impressionar os homens com nossas arquiteturas muitas vezes inviabilizam nossa missão como igreja. Muitas pessoas nem concebem a idéia de existir uma igreja fora desse arquétipo de pedras sobre pedras.

As organizações, as placas, as instituições, as pedras que vão se erguendo sobre pedras tem sua importância, desde que tudo isso esteja entranhado no evangelho. Toda construção que não se erguer sobre a “Rocha” um dia se transformará num montão de entulho que para nada presta, a não ser para ser pisado pelos homens. E definitivamente, não precisamos de uma réplica do templo de Salomão no Brasil, precisamos sim de pessoas que sejam templos de Deus onde quer que estejam.




Jonatas Oliva

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mateus 06:25-34 (Deus, pássaros, flores, eu e você)


No auge do seu ministério Jesus chama os discípulos para lhes ensinar como descomplicar a vida, e para isso ele conduz seus aprendizes pelo caminho da simplicidade. Olhem para as flores e para os pardais, esse deve ser o primeiro passo para quem quer ser feliz. A ansiedade precisa ser substituída pela celebração do que Deus faz. Se Deus alimenta pássaros e veste as flores desde a criação do mundo por que Ele deixaria de cuidar de vocês?

Infelizmente os homens desaprenderam a confiar em Deus, por isso, viver se tornou uma tarefa tão difícil. Quem não vê a mão de Deus nas pequenas coisas dificilmente O verá nas grandes e complicadas questões da vida. Olhar para as flores e para os pássaros não é perda de tempo, pelo contrário, é terapia para coração e aprendizado para os sábios.

Olhando para os pássaros e para as flores é que chegamos à conclusão de que a vida é um presente de Deus e não o resultado do esforço de pessoas que não acrescentam nem um côvado ao curso da sua própria história. Os pássaros e as flores gritam a verdade de que somente nas mãos de Deus encontraremos o que de verdade precisamos e é em meio ao grande coral de pássaros e no meio do sofisticado desfile das flores que entendemos que Deus requer uma entrega sem reservas, Ele deseja estar em primeiro lugar na vida de todos nós porque para Ele nós já estamos no topo das prioridades.

Jonatas Oliva

terça-feira, 14 de junho de 2011

Na minha viagem...


Decidi caminhar com pessoas que ainda saibam amar, pois a viagem é longa e quem perde o coração perde também o rumo

Escolhi deixar meus fardos para trás, eles eram pesados demais para mim, hoje o único fardo que carrego é o de Jesus, afinal de contas ele é leve e suave

Resolvi pisar onde Jesus pisou, na verdade suas pegadas não foram apagadas da história e são elas o único mapa que pode me conduzir a vida eterna

Desisti dos atalhos, pois é no percurso mais longo que se encontram as belezas que ainda arrebatam minha alma

Resisti aos gritos de quem queria me arrastar para periferia da vida

Jonatas Oliva


sábado, 28 de maio de 2011

Um convite para os “evangélicos”



Às vezes me assusto com essa igreja que tem nome de “evangélica”, mas que na verdade não carrega nada de evangelho em si. Nasci nesse meio e percebo que mudanças profundas vêm acontecendo dando assim uma nova “cara” aos “evangélicos” no Brasil. O grande problema é que a igreja vem se tornando muito parecida com qualquer coisa, menos com Jesus. Aliás, Jesus já deixou de passear pelo meio de muitos castiçais (os castiçais representam a igreja em Apocalipse), pois em certos guetos o culto foi substituído por seções de descarrego ou pelo momento do desencapetamento. Em alguns lugares o púlpito se transformou em palco, os adoradores viraram artistas e os pregadores assumiram o papel ridículo de animadores de palco, afinal de contas o show não pode parar. Os “evangélicos” cresceram no Brasil, mas o Evangelho se atrofiou no coração das massas cantantes. Temos muito movimento, mas pouca ação; temos muitas campanhas, mas pouca oração; temos muitas músicas, mas pouca adoração; pedimos muita oferta, mas nos esquecemos que melhor é dar do que receber; trovoamos muito, mas a chuva é pouca.

Tenho medo do que virá pela frente visto que essa geração é a menos relevante de toda história. Os “grandes heróis da fé” que se tornam em referenciais para moçada que está chegando são aqueles cuja ganância é visível. Os lobos vestidos de ovelhas enganam quem chega com pureza de coração, mercadejam a alma do povo sem nenhuma vergonha, negociam a fé por interesses próprios, se tornam conhecidos pelos resultados que dão e não pelo fruto digno de arrependimento que deveriam acompanhá-los, pisam no sangue do Cordeiro e blasfemam contra Deus se esquecendo que um dia virá juízo sobre todos os homens.

O problema é grande, o desvio é enorme, mas Deus tem nos dado uma chance de voltar ao primeiro amor. Talvez tenhamos que ganhar os “crentes” para Jesus evangelizando a igreja “evangélica” novamente. Jesus continua batendo na porta querendo entrar porque Ele não desistiu de nós. Se for assim então, o melhor a se fazer é abrir a porta, deixar o Senhor da vida entrar para encher a casa com o bom perfume da graça. O chamado é para que todos se convertam inclusive eu e você. Eu te convido a rasgar o coração, tirar toda máscara e chegar diante de Deus despido de todo trapo de imundícia. Voltemos para casa do Pai, pois é desse lugar que nunca deveríamos ter saído! Esse é o convite!



Jonatas Oliva

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Caminhando e mudando



Existem pessoas que começam bem sua caminhada com Deus, mas com o passar do tempo se distanciam, e no final de tudo elas se vêem na contra mão do Caminho. Andar com Deus é um desafio porque não existe a possibilidade de andar com Ele e não mudar. Começar bem e terminar melhor é a proposta do evangelho, não adianta termos um início meteórico e terminarmos na bagaceira da morte. Caminhar com Deus é mudar a cada passo e o problema é que não gostamos muito desse papo sobre “conversão”, já nos apaixonamos pelo nosso próprio caminho, temos nosso mapa e o GPS do coração é quem dita onde devemos chegar. As mudanças são necessárias porque nossos pés se apressam para o despenhadeiro, quase sempre somos a centésima ovelha, aquela que se perdeu e que ainda se esconde quando vê o Pastor. O caminho de volta para o aprisco pode ser longo, mas é necessário, afinal de contas caminhar sozinho é um grande perigo e não tem como viver longe das outras 99 ovelhas. Só o Bom Pastor conhece o caminho de volta e pra voltar é preciso uma entrega sem reservas, precisamos reconhecer que só vamos chegar aos pastos verdejantes no colo dAquele que nos ama de verdade. Eu estou voltando nos braços do meu Pastor e já decidi, vou terminar os meus dias melhorado.





Jonatas Oliva

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Osama se foi, Obama ficou e o mundo continua perigoso



Será que o mundo ficou mais seguro com a morte de Osama Bin Laden? Sinceramente, eu não acredito que o mundo se tornou mais seguro. Mas, uma coisa é certa, o mundo agora sabe que são os americanos e não os brasileiros que não desistem nunca, e quando eles querem chegar a algum lugar eles chegam, não importam os métodos, se tiverem que torturar alguém para obter informações eles torturarão, se tiverem que invadir um pais eles invadirão, se tiverem que passar por cima de tudo e de todos eles com certeza passarão. O mundo de hoje não é mais seguro que o mundo de ontem, contudo o mundo de hoje teme mais os EUA que ontem, pois descobrimos que “sim eles podem”. Agora sabemos que com os SEALs não se brinca. Nós não sabemos quais serão os desdobramentos da morte desse homem que não vivia escondido em um buraco como rato, mas se escondia numa casa de um milhão de dólares como rei. E longe de mim dizer que Deus agradeceu ou se impressionou com os EUA por essa bela ação e demonstração de força, eu não sou juiz, nem advogado e muito menos acusador de ninguém. Sei que o 11 de setembro estará para sempre vivo na memória dos americanos e nem com a morte de Osama Bin Laden aquelas imagens chocantes serão esquecidas.

Mas o mundo continua perigoso. O Osama acabou de se tornar numa assombração para o Obama, visto que ele continuará vivo nos corações dos radicais islâmicos e agora mitologizado por quem já o considerava um grande profeta. Osama morreu, mas o diabo continua solto, e ele é o responsável por encher os corações de maldade. Satanás é incansável, e continua insaciável em seu intento de matar, roubar e destruir. A vaga de Osama Bin Laden vai ser assumida daqui uns dias, porque não faltam candidatos para tal. A Jihad continuará e as batalhas continuarão a ser travadas. Preparemos nossos corações para ver o que está por vir, pois segundo a bíblia “virão dias em que os homens desmaiarão de tanto terror”. Que Deus nos guarde!




Jonatas Oliva

sábado, 30 de abril de 2011

Gente boa é assim...



Algumas pessoas aparecem na nossa vida e ficam para sempre. Essas pessoas deixam marcas indeléveis e se tornam em um manancial de graça a nossa volta, elas têm a capacidade de colorir nossos dias cinzentos. Sem elas nós estaríamos construindo um grande castelo de nada para fazer desse nada nossa prisão.

Nem sempre essas pessoas são amigas ou conhecidas, às vezes são apenas pessoas que eternizam uma idéia ou uma ação, e mesmo distante das nossas mesas elas nos servem verdadeiros banquetes para a alma.

Agradeço a Deus todos os dias por ter me esbarrado com pessoas assim. Algumas delas se tornaram grandes amigas outras se tornaram em referenciais para minha vida sem nunca terem me visto. Então nesse dia que olhei para dentro de mim, celebrei com grande alegria a vida daqueles que de alguma forma construíram algo de bom no meu coração.




Jonatas Oliva

sexta-feira, 15 de abril de 2011

palavras não... Palavra!

A bíblia não é apenas um livro, a bíblia também é Luz para os nossos caminhos, assim declarava o salmista, e os adjetivos que cabe a essa “biblioteca” são inúmeros: Palavra de Deus, Sagradas Escrituras, Livro do Senhor, Espada de dois gumes... A bíblia já foi alvo de ataques ferrenhos por parte da elite pensante através dos séculos, e também foi a causa do martírio de muitos fiéis no desenrolar da história. Ela tem o poder de iluminar caminhos, mas pode também gerar trevas densas, tudo dependerá de quem a manuseia e como a manuseia. Nas mãos do diabo a bíblia se tornou em uma arma de ataque contra o próprio Filho de Deus, essa é a prova de que o inimigo da nossa alma não tem medo do livro chamado bíblia, pelo contrário ele o conhece do início ao fim. Nas mãos de alguns reis esse livro serviu para autenticar cruzadas, nas mãos dos hereges a bíblia se tornou em atalho para morte, nas mãos dos legalistas ela serviu como chicote punindo os desgraçados pecadores, nas mãos dos lobos vestidos de ovelhas ela se tornou garantia de bons negócios, nas mãos dos filósofos ela foi relativizada e nas mãos de muitos teólogos ela foi minimizada.

Para o profeta Ezequiel a revelação transcende as letras, para ele a revelação tem sabor e precisa ser comida antes de se tornar profecia, pois ao contrário do que muitos pensam a bíblia precisa descer para o estômago antes de subir para a cabeça e não o contrário. Nossa relação com a Palavra de Deus precisa ser mais visceral, ela precisa ser nosso alimento diário. Precisamos urgentemente ser curados da doença que nos levou a desnutrição da Palavra. Portanto, chega de repetir jargões e fórmulas e por misericórdia, proclamemos nossa independência do livro “mil e um esboço bíblico”, vamos jogar no lixo a idéia de que a bíblia só é proveitosa para uma classe especial de vocacionados e pelo amor de Deus não substituamos a Palavra por DVDs de pregação de quem quer que seja. Temos um banquete para saborear e não podemos jamais ficar fascinados somente com a beleza do cardápio que foi colocado na mesa. Por favor, leve a “Comida” a boca e coma.

Jonatas Oliva

quinta-feira, 31 de março de 2011

Meu “Paitrão”


Em 1998 eu comecei a trabalhar na maior fábrica têxtil da America latina, e lá fiquei por quatro anos e meio। Ouvi falar do rapaz pobre que em pouco tempo se tornou um dos maiores empresários do país, trabalhei para ele sem que ele soubesse pelo menos o meu nome, orei por ele algumas vezes e me empolguei com sua biografia. O grupo “COTEMINAS” fundado pelo ex-vice-presidente do Brasil José Alencar foi o instrumento que Deus usou para que eu pudesse concluir meu seminário, lá eu aprendi a levantar de madrugada sem despertador, aprendi o que é 5S, conheci pessoas, fiz amigos, me tornei mecânico industrial, e por fim aprendi até pedir demissão.

O Brasil acabou de perder um grande empresário, um político celebrado pela ética, e eu me sinto na obrigação de deixar registrada minha gratidão pelo patrão que conheci de ouvir falar.

Hoje sou funcionário d’Aquele que julgará patrões e empregados, meu campo de trabalho é o mundo inteiro, continuo aprendendo muitas coisas, mas nada é tão importante do que aprender a viver pela fé. Fui promovido ao serviço de lavar os pés de quem anda comigo, sou desafiado todos os dias a ser como meu Paitrão; não trabalho em nenhuma empresa e meu Paitrão não é nenhum empresário. Hoje o meu Dono, sim O meu Dono, me chama de amigo, compartilha comigo sonhos, e coloca projetos em minhas mãos. Ele é o Pastor e o Agricultor, ah... Ele também é Pai, Rei, Juiz... Ele é Deus. Ele não aceita ser conhecido só de ouvir falar, Ele me chama pra mesa e me oferece um banquete todos os dias. Hoje recebo muito mais que mereço e não tenho nenhuma intenção de “pedir as contas”...

Jonatas Oliva

terça-feira, 15 de março de 2011

Ingratidão, triste ingratidão.


“De caminho para Jerusalém passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galiléia. Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram de longe e lhe gritaram dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! Ao vê-los disse-lhes Jesus: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que indo eles, ficaram purificados. Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano. Então Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, por ventura quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.”

Lucas 17:11-19

Uma das primeiras coisas que meus pais me ensinaram na vida foi falar “muito obrigado”, pois segundo eles, agradecer seria sinônimo de ter educação, talvez por isso que minhas primeiras orações foram assim: “Papai do céu, muito obrigado pela vida do papai, da mamãe, do vovô, ... agradeço também pela vida do Bolinha (meu cachorro), ...”. No texto acima nós vemos Jesus lidando com dez leprosos, nove se destacaram pela falta de educação, pois ao serem curados da lepra não falaram nem um muito obrigado a Jesus e um se destacou pelo fato de voltar e agradecer pelo milagre recebido. Hoje eu não sei em que grupo me encaixaria melhor, pois parece que eu, assim como a maioria das pessoas do mundo, me esqueci de tudo o que os meus pais me ensinaram, e por mais que eu ore e agradeça a Deus pelo que Ele faz por mim tenho a impressão de que esqueci de falar um muito obrigado por algum presente recebido.

Estes dez homens que foram alvos da graça de Deus se assemelhavam em seus problemas. Todos eles eram leprosos, é claro que todos tinham uma história diferente, mas com certeza todos teriam o mesmo fim. Suas vidas se cruzaram pela catástrofe de uma doença que degenerava não só o corpo, mas acabava também com a alma, pois a rejeição era o alimento diário de cada um. Nenhum deles tinha razão de agradecer por nada e a ninguém, até o dia em que Jesus de Nazaré resolveu passar por ali.

Oportunidade é o tipo de coisa que não se pode perder na vida, pois talvez ela não se repita, e os leprosos sabiam disso, por isso bradaram, gritaram quando Jesus passou ali. Gritar pode não ser educado, mas quando se está numa situação em que a morte é a companheira mais próxima, gritar para chamar a atenção do Senhor da vida ganha status de bravura e persistência com a vida. O segredo para se alcançar o milagre é não desistir jamais, e é isso que esses dez leprosos nos ensinam.

O Pastor Jesus não estava insensível ao sofrimento daquelas dez ovelhas doentes, por isso, Ele pára, olha e vê aqueles homens desesperados pela vida. Essa atitude de Jesus revela sua sensibilidade e sua plena disposição em socorrer os aflitos e desesperançados, aqueles que a sociedade rejeita Jesus abraça e aqueles que a religião descarta Jesus toma para si e cuida.

Diferentemente dos outros milagres, Jesus não tocou nestes leprosos, Ele apenas deu uma ordem. A condição para serem curados era simplesmente obedecer à ordem de Jesus. A Bíblia diz que aqueles desesperançados começaram a caminhar rumo aos sacerdotes e a cada passo que davam a esperança ressurgia, pois cada passo em obediência correspondia a uma ferida a menos. Então no meio da caminhada os dez se olharam e perceberam que a lepra havia ficado no caminho, todos estavam curados e no calor da alegria apenas o samaritano, aquele que era duplamente rejeitado, resolveu voltar para celebrar o milagre.

Um grande problema requer um grande milagre e um grande milagre merece uma grande celebração. O samaritano que foi curado, agora assumia o posto de adorador visto que com a mesma intensidade que ele havia clamado ele agora voltava em plena adoração. Mas não vamos nos precipitar jogando pedras nos outros nove, antes avaliemos nossa real condição, será que não nos encontramos com eles no caminho rumo aos sacerdotes? Alguém poderia dizer, mas eles não estavam sendo obedientes a Jesus indo ao encontro dos sacerdotes? Sim, mas ser obediente não implica em ser ingrato. A gratidão a Deus nasce da espontaneidade do coração já a obediência é fruto do temor que nutrimos por Ele. E gratidão e obediência são coisas que não podemos separar na nossa caminhada. Voltar para celebrar não redundaria em desobediência, mas demonstraria a mais pura espontaneidade do coração refletida no simples ato de voltar e agradecer.

Dez foram os curados da lepra, mas somente um foi curado das feridas abertas pelo pecado. Somente o que voltou pôde escutar de Jesus: “Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.”. Talvez este seja o maior milagre desta história. Voltar para o caminho com esta frase no coração é a maior prova de que a vida em toda sua plenitude foi completamente restituída.

Jonatas Oliva

sábado, 12 de março de 2011

Pedido de oração


Terremotos, tsunamis, caos, vidas arrebentadas e coisas semelhantes. Quem diria que nossos olhos veriam cenas tão horríveis e apocalípticas como essas? O intestino do planeta começa se contorcer, e nós ainda não fomos arrebatados. Me pergunto se meus mestres estavam certo quando afirmavam com veemência em seus sermões que a igreja seria arrebatada antes do desfecho escatológico. Meu coração já grita MARANATA... Fico inquieto diante dos noticiários, ouço e vejo o mundo a minha volta com lenço na mão e carregando também a certeza que coisas piores estão por vir. Indonésia, Haiti, Chile, China, Japão já foram sacudidos nesse início de milênio ceifando milhares de pessoas, sei que não deveria me assustar com tudo isso, mas é difícil ver a terra engolindo gente, penso nas famílias esmagadas pelo concreto, oro pelos que terão que digerir suas perdas, oro pelas crianças que ficarão órfãs, oro pelas mães que tiveram seus filhos arrancados do colo pelo tsunami arrasador, oro para que as ONGs cheguem o mais rápido possível nos locais mais castigados pelo caos, choro diante da tragédia e peço a vocês que intercedam comigo por quem ficou.



Jonatas Oliva

sábado, 5 de março de 2011

Deus nos livre de um Brasil evangélico


Começo este texto com uns 15 anos de atraso। Eu explico। Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.
Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.
Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).
Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.
Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?
Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?
Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.
Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.
Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?
Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.
Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.
Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.
Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.
Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.
O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.
Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.
Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.


Ricardo Gondim

Soli Deo Gloria

quinta-feira, 3 de março de 2011

Onde estão os poetas?


Onde estão os poetas?

Talvez estejam reaprendendo a observar as coisas simples para enxergarem na simplicidade as coisas profundas que somente pessoas profundas na simplicidade do ser podem ver e descrever.

Onde estão os poetas?

Será que estão sufocados pela superficialidade do nosso tempo? Não, definitivamente não! Pois os poetas não se deixam sufocar pelas agruras da geração que insiste em viver na periferia da vida concretando o coração.

Onde estão os poetas?

Chorando, sentindo, amando, sofrendo, pensando... Talvez estejam celebrando o que muitos decidiram abandonar: a roda gigante da vida que insiste em girar nos levando entre dois pontos.

Onde estão os poetas?

A caminho dos recônditos da alma insistindo sempre no percurso mais difícil, pois é no caminho mais difícil que se encontram as belezas mais transcendentes.

Onde estão os poetas?

Se vestindo com as flores, cantando com os pássaros e brincando com as estrelas.

Onde estão os poetas?

Eles estão por aí, é só procurá-los nos lugares certos.
Jonatas Oliva

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A riqueza que enriquece o ser



E pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre que farei pra herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só que é Deus. Sabes os mandamentos: não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. Então ele respondeu: Mestre tudo isso tenho observado desde a minha juventude. Mas Jesus fitando-o o amou e disse: só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me. Ele, porém contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.

Marcos 10:17-22
Nem todas as pessoas estão confortáveis com relação ao dia de amanhã। O homem desse texto é essa pessoa que se sente completamente desconfortável com relação ao futuro, e por incrível que pareça, ele é um protótipo perfeito do homem atual. Tanto a religiosidade como a riqueza não saciam a fome da alma e esse é o grito que ecoa altissonante do coração desse jovem. Ele era religiosamente correto e suas intenções eram sinceras, mas não obstante a tudo isso, ele continuava com um buraco enorme dentro de si, e não era pra ser diferente, pois Deus não inventou a religião e nem a ungiu como a panacéia para nossos problemas, isso fica claro em Gênesis quando Deus dá a Adão um jardim para ser cultivado e não uma igreja para se pastoreada; a religião nunca matou a sede no coração de ninguém. Esse moço também era bem resolvido financeiramente, mas nem o conforto que o dinheiro podia proporcionar-lhe deixou-o tranqüilo quanto à eternidade que o esperava. Esse jovem vivia como o homem descrito em Isaías 28:20, num desconforto terrível, lutando para dormir em paz, mas sem conseguir, pois a cama era curta e o cobertor também o era.

Depois de perceber que sua vida era uma fraude, o jovem procurou o único que poderia trazer significado a sua existência: Jesus. E o texto diz que o Mestre da vida olhou com amor para aquele rapaz, e o olhar de Deus é sempre assim: encharcado de graça. Vendo-o ali com anseios profundos e sinceros Jesus trouxe à tona a verdade que repousava sobre sua alma. Havia uma cadeia que o prendia nessa terra, o seu coração era prisioneiro do conforto e sua riqueza o empobrecia diante das riquezas eternas. O moço foi convidado a abraçar uma vida plena, mas para isso ele precisava se livrar das cadeias que aprisionavam seu coração: “vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e tereis um tesouro no céu; então vem e segue-me”. A vida eterna seria construída através de escolhas e essas escolhas além de serem a pavimentação que o conduziria aos braços de Deus também era a chave que o libertaria da Guantánamo da alma.

Agora o jovem estava bem perto da liberdade, ele estava prestes a se tornar rico para a eternidade, mas quem disse que estar perto é ter chegado? Faltava um passo a ser dado e esse talvez fosse o passo mais difícil e mais importante de toda sua história. O rapaz andou, mas infelizmente andou para traz, ele se entristeceu com Jesus, pois esperava uma resposta mais religiosa ou menos radical. O jovem desistiu dessa conversa sobre a vida eterna e decidiu viver seu presente nadando de braçadas na piscina do conforto. Por outro lado, Jesus não insistiu tentando convencê-lo da tolice de sua decisão. Mas, antes de jogar pedra nesse rapaz faça uma análise de sua vida e responda para onde você está caminhando ou o que você está construindo com suas escolhas. Não se esqueça: você e só você será responsável pela conclusão de sua história.

Jonatas Oliva

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Diante de Deus...

Fale menos e ouça mais
Peça menos e agradeça mais
Tire a máscara, pois Deus odeia hipocrisia
Rasgue o coração e não as vestes
Abra o coração e receba o que Ele tem pra dar
Dê o melhor, pois o pior nem o diabo quer
Confesse o pecado e não perca seu tempo justificando-o
Deixe sua adoração, pois o resto Ele já tem
Seja como uma criança, pois o colo de Deus é o melhor lugar para se estar

Jonatas Oliva

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Há Graça na fragilidade


A nossa fragilidade deveria ser um inibidor de arrogância, mas infelizmente não é. “Somos quem podemos ser” assim canta Humberto Gessinger; definitivamente não somos o que queremos ser. Mas convenhamos, até os nossos heróis mais poderosos fogem da “criptonita”, e o grande problema é que todos nós também temos no nosso caminho pedras de criptonita e freqüentemente precisamos nos esquivar delas. A fragilidade nos cerca, o mundo onde vivemos é uma casca de ovo e nosso corpo não foge dessa regra. O profeta Isaias já profetizara que somos como uma erva do campo que hoje embeleza o mundo, mas amanhã murcha levando em si a certeza de sua fragilidade. O apóstolo Paulo encarava sua fraqueza de forma diferente, para ele ser fraco era sinônimo de fortaleza, talvez, por isso, ele nunca tenha se colocado como o mais poderoso dos homens, pelo contrário em sua alma habitava a consciência de sua miséria. Realmente, os arrogantes caminham na contra mão da verdade.

Para Deus nós somos frágeis como um vaso de barro. Mas, quando essa fragilidade se esbarra na onipotência de um Oleiro apaixonado aí tudo muda. O Oleiro não troca a matéria prima, mas trabalha com ela da melhor maneira possível, o vaso continua sendo de barro, porém amassado pelas mãos daqu’Ele que não hesita em sujar as mãos para concluir sua obra de arte. Ser vaso de barro nas mãos do Oleiro certo é de fundamental importância, pois o Oleiro que quebra e refaz o vaso também é aquele que o enche de sua glória. Isso mesmo! Ele enche de glória vasos quebrantáveis, vasos que estão sujeitos a força da gravidade, vasos recicláveis que antes eram só cacos espalhados no chão da vida. Definitivamente não dá pra entender como um Deus tão grande investe tanto em pessoas tão frágeis como nós. Mas, já que não entendemos, celebremos essa Graça!


Jonatas Oliva

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pensando no futuro, fincado no presente


Desde muito cedo aprendi a gostar de assuntos relacionados ao fim do mundo, um dos primeiros livros da Bíblia que li foi o de Apocalipse, dificilmente perdia uma palestra sobre o desenrolar escatológico, e as pregações e filmes que enfatizavam a besta e seus aliados me deixavam vidrados. O tempo passou e eu continuo fascinado com o que há de vir, mas já percebi que antes de pensar no futuro preciso viver meu presente; o meu grande desafio é com minha geração. Reconheço que o cenário mundial nunca foi tão apocalíptico, o caos vem se instalando em todos os setores da vida, e não há nada que escape do tsunami destruidor: religião, política, sociedade, meio ambiente, economia, saúde, tudo a nossa volta sofre com o “princípio das dores”. O fim do mundo deixou de ser assunto religioso e passou a encher a agenda de discussão dos grandes pensadores mundiais. Olhando para um futuro breve não vejo melhora e acho que a cenário ficará mais cinzento: os falsos pastores se alastrarão, muitos falsos profetas surgirão e cada um com profecias mais mirabolantes, o amor se esfriará de quase todos, rumores de guerra se espalharão em toda terra, os homens se odiarão e trair-se-ão como nunca, a fome se instalará entre nós e doenças se propagarão em grandes escalas mundiais dizimando milhões de pessoas, as igrejas se encherão, mas se encherão de pessoas vazias, os púlpitos se empobrecerão, terremotos engolirão cidades inteiras. Esse é o cenário pintado por Jesus em Mateus 24, e o conselho do mestre é para não ficarmos alardeados com o que veremos no Jornal Nacional.

Bem, se ao olhar para um futuro breve não vejo melhora passo então a olhar o presente que me cerca com muita expectativa. Essa expectativa nasce da esperança de que nem tudo está perdido, pois ainda sinto o aroma da graça em muitos lugares, ainda me esbarro com pessoas que o mundo não é digno de abrigá-los, ainda vejo profetas que não se prostraram diante de Baal ou de Mamom, ainda leio poesias de quem não perdeu o coração em meio a tanta inafetividade, ainda vejo o evangelho sendo levado a sério por alguns remanescentes do amor, ainda cultuo entre pessoas que sabem diferenciar adoração de show, ainda me deparo com missionários que fazem missões, ainda vejo rios de água viva jorrando do interior de “Marias” e “Josés”. Olho para minha geração com expectativa e estou certo de que onde o Reino se instalar ali Ele se dilatará, não se engane, pois o melhor lugar para que isso aconteça não é em outro solo que não seja o nosso coração e no tempo chamado hoje.


Jonatas Oliva

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mudei, mas continuo o mesmo


Essa semana eu ajuntei minha família, meus móveis, meus livros, meus sonhos, minhas realidades e mudei de direção. Minha missão continua a mesma, mas agora sou mais velho, nem tanto, mas sinto que amadureci, me olhei no espelho e notei que já não tenho 20 anos. Aos 20 anos eu estava entrando em uma sala para conversar com o reitor do Seminário Teológico Batista do Norte de Minas, e ele me perguntou por que eu estava lá, sem hesitar respondi que tinha um chamado e que esse chamado me consumia, havia um fogo dentro de mim que me impulsionava a ir além. O reitor olhou para minha empolgação juvenil e disse: “meu filho... você tem noção do que é ser vocacionado? Você sabe o que te espera no campo da vida?” e aquele olhar já desgastado com o tempo e carregando em si marcas indeléveis de longas décadas de ministério pastoral, me fitou e ele então me fez a última e mais inquietante pergunta: “Quem te falou que você é vocacionado?”. Bem... Essa resposta eu estou dando todos os dias, para mim mesmo e para todas as vozes que gritam na periferia da minha existência me fazendo a mesma pergunta. Estou consciente que se Deus não me chamar serei uma fraude, viverei uma grande mentira e fracassarei diante da primeira crise, mas se sua voz se fizer ouvida ecoando nos recônditos mais profundos do meu ser não haverá força nesse mundo ou além daqui que possam me deter. Eu e Deus seremos sempre a maioria, não importa o momento não importa o tamanho do problema. É assim que pretendo gastar os dias que ainda me restam na terra: confiando n’Aquele que me chamou, sei que o salário não definirá o triunfo no ministério, já descobri que preciso ser reconhecido apenas no céu e no inferno, estou certo que o reino de Deus está para além das aparências, e nunca me esquecerei que existe uma multidão de irmãos que nunca me deixarão só onde quer que eu esteja.



Jonatas Oliva