sábado, 26 de fevereiro de 2011

A riqueza que enriquece o ser



E pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre que farei pra herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só que é Deus. Sabes os mandamentos: não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. Então ele respondeu: Mestre tudo isso tenho observado desde a minha juventude. Mas Jesus fitando-o o amou e disse: só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me. Ele, porém contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.

Marcos 10:17-22
Nem todas as pessoas estão confortáveis com relação ao dia de amanhã। O homem desse texto é essa pessoa que se sente completamente desconfortável com relação ao futuro, e por incrível que pareça, ele é um protótipo perfeito do homem atual. Tanto a religiosidade como a riqueza não saciam a fome da alma e esse é o grito que ecoa altissonante do coração desse jovem. Ele era religiosamente correto e suas intenções eram sinceras, mas não obstante a tudo isso, ele continuava com um buraco enorme dentro de si, e não era pra ser diferente, pois Deus não inventou a religião e nem a ungiu como a panacéia para nossos problemas, isso fica claro em Gênesis quando Deus dá a Adão um jardim para ser cultivado e não uma igreja para se pastoreada; a religião nunca matou a sede no coração de ninguém. Esse moço também era bem resolvido financeiramente, mas nem o conforto que o dinheiro podia proporcionar-lhe deixou-o tranqüilo quanto à eternidade que o esperava. Esse jovem vivia como o homem descrito em Isaías 28:20, num desconforto terrível, lutando para dormir em paz, mas sem conseguir, pois a cama era curta e o cobertor também o era.

Depois de perceber que sua vida era uma fraude, o jovem procurou o único que poderia trazer significado a sua existência: Jesus. E o texto diz que o Mestre da vida olhou com amor para aquele rapaz, e o olhar de Deus é sempre assim: encharcado de graça. Vendo-o ali com anseios profundos e sinceros Jesus trouxe à tona a verdade que repousava sobre sua alma. Havia uma cadeia que o prendia nessa terra, o seu coração era prisioneiro do conforto e sua riqueza o empobrecia diante das riquezas eternas. O moço foi convidado a abraçar uma vida plena, mas para isso ele precisava se livrar das cadeias que aprisionavam seu coração: “vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e tereis um tesouro no céu; então vem e segue-me”. A vida eterna seria construída através de escolhas e essas escolhas além de serem a pavimentação que o conduziria aos braços de Deus também era a chave que o libertaria da Guantánamo da alma.

Agora o jovem estava bem perto da liberdade, ele estava prestes a se tornar rico para a eternidade, mas quem disse que estar perto é ter chegado? Faltava um passo a ser dado e esse talvez fosse o passo mais difícil e mais importante de toda sua história. O rapaz andou, mas infelizmente andou para traz, ele se entristeceu com Jesus, pois esperava uma resposta mais religiosa ou menos radical. O jovem desistiu dessa conversa sobre a vida eterna e decidiu viver seu presente nadando de braçadas na piscina do conforto. Por outro lado, Jesus não insistiu tentando convencê-lo da tolice de sua decisão. Mas, antes de jogar pedra nesse rapaz faça uma análise de sua vida e responda para onde você está caminhando ou o que você está construindo com suas escolhas. Não se esqueça: você e só você será responsável pela conclusão de sua história.

Jonatas Oliva

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