quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

“ismo” é “ismo”, Jesus é Jesus


Os fariseus e Cia nunca foram apaixonados por Jesus, eles não suportavam o fato de alguém tão amoroso e ao mesmo tempo tão poderoso como Jesus não fazer parte daquela confraria de religiosos “desreligiogizados”। Jesus não era um dos seus e nunca foi confundido com um deles. Eles queriam saber muitas coisas do nazareno que arrastava multidões com seu carisma e poder, mas não pelo interesse nas coisas de Deus, eles se ocupavam apenas com seus próprios interesses, por isso interrogavam constantemente o messias com o desejo de encontrar falhas em suas respostas. O farisaísmo e Cia são crias da religião e a religião tem esse poder de parir “ismos”, amamentá-los, educá-los, e transformá-los na antítese de Jesus. A religião quer sempre uma resposta, ela sempre reivindica o direito de julgar, aliás, ela nunca se encontra no banco dos réus, a religião coloca a prostituta no meio de todos para apedrejá-la até a morte, a religião se esforça para fechar as portas do céu para o pecador, ela mata em nome de Deus e se transforma na maior aliada do diabo na terra.

Jesus, ao contrário dos fariseus, nunca foi um religioso de carteirinha, ele não fundou nenhum “ismo”, mas estabeleceu relacionamentos tão profundos que nenhum terremoto histórico conseguiu abalar. Jesus não construiu nenhum templo a não ser aquele onde ele habita ainda hoje, que é o nosso coração. Ele não escreveu nenhum livro, mas suas palavras não param de ecoar pelos séculos que se sucedem, escrevendo assim a mais linda história de amor do cosmo. Jesus escancara as portas do paraíso para os pecadores e os convida para dar um passeio. Para Jesus o homem é mais importante que a lei e quando os fariseus e Cia perguntaram para Ele qual seria o mandamento mais importante da lei Ele respondeu: o mandamento mais importante é aquele que vocês nunca cumpriram, “amar a Deus acima de todas as coisas com toda sua força, coração e entendimento e amar o próximo como a ti mesmo”. Jesus não ensinou nenhuma mandinga, não incitou ninguém a rezar, mas ensinou o homem a fechar a porta do quarto e abrir a porta do coração para Deus, que se revela como pai e se deixa ser chamado assim. Jesus é o bom pastor que deu a vida pelas suas ovelhas e na matéria de dar a vida pelas ovelhas os fariseus também foram reprovados.

A cada dia que passa a religião me cativa menos... A cada dia que passa me sinto mais atraído pelo olhar de amor do meu Mestre.


Jonatas Oliva

sábado, 23 de outubro de 2010

V. A.


Verdadeiras Amizades não são planejadas elas nascem do acaso e se solidificam com o amor que amadurece com o tempo

Verdadeiras Amizades jamais são esquecidas e nem a terra mais longínqua tem o poder de desatar os laços que unem corações

Verdadeiras Amizades são profundas e intensas a ponto de tocar a alma e alegrar o coração

Verdadeiras Amizades só se concretizam entre pessoas verdadeiras que tiram as pedras do caminho e lançam de si todas as máscaras

Verdadeiras Amizades se fortalecem com as lágrimas

Verdadeiras Amizades se enraízam no chão da vida e frutificam por toda a vida

Verdadeiras Amizades nascem e crescem, mas nunca morrem



Jonatas Oliva

Pedro, José, Maria, Jonatas... vocês me amam?


Nem sempre as coisas acontecem como planejamos। O apóstolo Pedro, por exemplo, com toda certeza não esperava ser tão covarde na hora que Jesus mais precisou dele. Pedro não planejou sua queda, pelo contrário se as coisas acontecessem como ele planejara haveria uma quarta cruz ali no Gólgota para ele. Pedro prometeu lealdade, e não titubeou quando se dispôs a morrer com o mestre se fosse preciso, mas no desenrolar da história não foi bem isso que aconteceu. Jesus conhecia bem seu discípulo por isso não se iludiu com votos e promessas de um homem que se conhecia muito pouco, talvez o grande problema de Pedro fosse esse, se conhecer pouco. O apostolo negou Jesus três vezes diante de uma fogueira acesa por aqueles que crucificariam seu mestre e os quatro evangelhos narraram esse momento fatídico de Pedro. O galo por sua vez agiu como profeta, seu canto foi uma verdadeira profecia contra o apóstolo fazendo com que ele caísse em si.



Quantas vezes nós nos encontramos arrebentados como o apóstolo Pedro, olhando a nossa volta e não entendendo como pavimentamos o chão da nossa própria queda. A grande verdade é que não somos tudo que gostaríamos de ser, falamos de mais e fazemos de menos. Quantas e quantas vezes ouvimos o canto do galo e a realidade a nosso respeito vem a tona? Quando esses momentos emergem em nossa história podemos tomar duas direções: a primeira é preparar a corda e por no pescoço assim como fez Judas Iscariotes e a segunda é se deixar ser alcançado pela graça de Deus assim como aconteceu com Pedro. Jesus não desistiu de Pedro e não desiste de ninguém, para Pedro Jesus fez uma fogueira, assou uns peixes, o chamou no canto e curou a chaga do seu coração. Naquela hora o chamado foi refeito, o amor foi declarado, a responsabilidade foi dada e o apóstolo foi perdoado.



Jonatas Oliva

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Espiritualidade ou desempenho?


Boa parte das pessoas se relaciona com Deus na categoria do desempenho, ou seja: elas pensam que precisam ter um bom desempenho como cristãos para serem aprovadas por Deus, que por sua vez também precisa desempenhar bem o seu papel de divindade para ser adorado como Ser Supremo. Na verdade, as pessoas entendem muito pouco sobre a verdadeira espiritualidade. Deus não se encontra gerenciando uma empresa celestial onde o resultado é que define o sucesso de alguma coisa, nós sabemos muito bem de que “... há quem curou e o diabo já expulsou, mas Jesus nunca os conheceu”. O problema se debruça sobre o fato de nossos relacionamentos estarem contaminados pelos vírus letais de uma geração que troca o coração pelos resultados. A espontaneidade se perde em meio aos fardos pesados das obrigações e as pessoas voltam a ser escravas de um “Egito” que nunca se extinguiu do coração dos homens. É no “Egito” que o desempenho torna-se garantia de vida ou de morte, porque no reino de Deus os resultados são apenas conseqüências de uma liberdade vivida no amor. Deus não espera que sejamos o que não somos, precisamos nos enxergar como filhos e precisamos ver Deus como Pai. Essa é uma verdade que nos libertará para sempre...


Jonatas Oliva

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Santos-pecadores


A igreja tem muitas coisas para dizer ao “santo”, ela também tem uma cartilha infindável para apresentar ao “pecador”, mas o que dizer para aqueles que são santos-pecadores? Bem, acho que se formos sinceros, convergiremos sem exceção para o mesmo lugar, ou seja: não somos santos sem pecado e nem pecadores que se alegram no pecado. Ao aceitarmos nossa condição de santos-pecadores concomitantemente assumiremos o fato de que não chegamos ainda a estatura de pessoas perfeitas, aliás, há um abismo entre nós e a perfeição.

Ao abraçarmos o evangelho não nos tornamos perfeitos, mas nos tornamos conscientes de quem somos e melhoramos a cada passo quando andamos com Jesus. A caminhada é longa e a mudança sempre necessária. Em nós habita a possibilidade de nos transformar com o tempo, podemos melhorar ou piorar e as escolhas é que definirão o rumo dessa metanóia (arrependimento, conversão). O evangelho nos iguala, mas a religião tem sempre a tendência de eleger seus “santos” e seus “pecadores”, é interessante observar que os grandes personagens bíblicos, não foram santos sem pecados, eles viveram em meio as tragédias geradas por escolhas erradas e também experimentaram o prazer de acertarem na vida, ou seja: eles eram muito parecidos comigo e com você.

Jesus não autorizou ninguém pecar, mas Ele não apedrejou nenhum pecador e olha que não faltou oportunidade para fazer isso em seus dias. Ora, se Jesus sendo o único Santo sem pecado teve paciência com os santos-pecadores nós que nos igualamos em essência precisamos ser pacientes uns com os outros, pois com a mesma medida que julgarmos um dia também seremos julgados.
Jonatas Oliva

quinta-feira, 20 de maio de 2010

“Ainda bem que eu vou morar no céu...”

O medo do inferno paralisa muita gente। Quantas pessoas não celebram o céu porque vivem surtadas com medo de ir para o inferno? E o pior de tudo é que nessa paranóia existencial, transformam o presente em seu verdadeiro inferno। O inferno só se estabelece como medo, no coração daqueles que desconhecem a graça, e o céu só poderá ser celebrado se a consciência da graça e do amor de Deus se transformarem na pavimentação do caminho para eternidade. O conforto com relação ao “daqui a pouco” só existirá se o agora estiver muito bem resolvido com Deus, e isso dentro dos ditames da misericórdia Divina e não dos esforços humanos em mapear o caminho do paraíso. O céu é um presente Divino e não uma conquista humana, entendendo isso boa parte da paranóia escatológica do ser se erradicará.



Jonatas Oliva

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Colorindo a vida


Em um dia escuro
Quando pouco se vê
A alegria se esconde
E no coração faz crescer
A dor...

Em uma tarde cinzenta
O tempo parece parar
O gelo toca a alma
Chegou a hora de gritar
Socorre-me...

Em uma noite incolor
Um sussurro se ouviu
É a voz do Senhor
Que de repente coloriu
A vida...



Jonatas Oliva

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um encontro com Deus pode mudar muita coisa


O melhor lugar para se encontrar com Deus é o lugar que Ele mesmo preparou. Este lugar pode não ser tão paradisíaco como os Alpes na Suíça, pode não ter o cheiro de religiosidade de uma igreja, pode até não ter uma grande concentração de pessoas como em um mega evento gospel, mas o que importa não é o ambiente, e sim a Presença. Algumas pessoas foram agraciadas pela presença de Deus em lugares inusitados: Moises teve uma experiência com o “Eu Sou” no monte Horebe, Jó se encontrou com Deus em meio às catástrofes de sua existência, Daniel recebeu o anjo do Senhor na cova dos leões famintos, Sadraque, Mesaque, Abdnego se encontraram e passearam com Deus em meio a uma fornalha de fogo ardente, Paulo se converteu depois de se encontrar com Jesus em uma estrada a caminho de Damasco, Um certo ladrão teve um encontro maravilhoso com Jesus no Monte da Caveira, Jonas teve uma experiência inesquecível com o Senhor dentro do ventre de um grande peixe, e nós somos convidados a nos encontrar com Deus entre as quatro paredes do nosso quarto. Por isso eu repito mais uma vez: o que importa não é o ambiente,e sim a Presença.
Jonatas Oliva

terça-feira, 27 de abril de 2010

Viver está além do existir

Segundo Jesus viver está além do existir, viver é ser. A vida perde o significado e a grandeza quando se limita aos ponteiros de um relógio, ou aos calendários obsoletos. Pra Jesus quem quer viver de verdade precisa ter a sensibilidade para aprender a cantar com os pássaros e se vestir com as flores. A vida só terá sentido segundo quem a inventou se tivermos a nobreza para priorizarmos o seu reino e a sua justiça, e por mais esforçados e inteligentes que sejamos não acrescentaremos uma nota sequer ao concerto do tempo que é regido pela batuta dAquele que é a própria Vida.

Jonatas Oliva

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O dia em que duas multidões se encontraram


“Em dia subsequente dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: não chores! Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que os conduziam, disse: Jovem eu te mando: Levanta-te. Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. Todos ficaram possuídos de temor, e glorificaram a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou seu povo. Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda Judéia e por toda a circuvinhança.”


Lucas 07:11-17


Duas multidões se encontraram na porta de uma cidade। A primeira estava eufórica, pois acompanhavam um Homem que por onde passava deixava um rasto de amor e esperança, seus olhos desvendavam os mistérios mais profundos do coração do homem e suas ações tinham o doce aroma da graça, era quase impossível não acompanhar Aquele nazareno. A segunda multidão chorava a dor de uma perda, todos acompanhavam uma mulher de olhos inchados de tanto chorar, aquela viúva se exauria a cada passo, seu coração se encontrava esmagado pelo peso da morte de seu único filho. A discrepância que envolvia a motivação daquelas duas multidões eram latentes.

Jesus viu aquela viúva e sentiu como se fosse dele aquela dor। A mulher que um dia já havia enterrado o esposo agora amargava também o enterro do seu bem mais precioso: seu único filho. Não restava aquela viúva outra coisa a fazer senão chorar, pois ninguém se acostuma com perdas. Ela não perguntou nada, não pediu nada, não falou nada, mas Jesus pegou a sua dor e transformou em oração porque Deus às vezes faz assim, quando não se tem nada pra falar Ele fala pra gente. Portanto a questão em voga não é sobre a fé que remove montanhas e sim sobre a misericórdia que não encontra limites para se manifestar.

Não chores! É o que Jesus pediu aquela mulher, alias o único pedido aqui registrado é esse de Jesus। Mas como não chorar diante de tamanha calamidade? É o que nós nos perguntamos. Essa frase só faz sentido partindo de quem falou, Jesus é o único capaz de fazer um pedido tão ousado, pois somente Ele sendo a própria vida encarnada poderia reverter aquela situação aparentemente já definida. Rompendo com todos os costumes ele tocou no esquife (caixão da época), parou a multidão e disse: Jovem, eu te mando: levanta-te. Sua ordem se fez ouvir nos porões da eternidade e de repente o coração daquele jovem começou a bater, seus olhos se abriram novamente para vida, ele se assentou e começou a falar, um milagre havia acontecido em meio às lágrimas de toda uma multidão. Aquele dia tinha tudo pra ser o dia mais fatídico da vida daquela viúva que era a mais chorosa dentre todos, mas Jesus tem o poder de transformar tragédia em glória, por isso essa história não termina em um túmulo. Sempre ouvi dizer que “só não tem jeito pra morte”, mas quem criou esse ditado desconhece o condutor da multidão eufórica as portas de Naim. Jesus colocou nos braços daquela mãe o que a morte havia lhe tirado e se revelou a todos como sendo Alguém maior do que a própria morte.

Esse milagre gerou temor em muitos corações, mas em dois corações em especial esse milagre gerou vida। O jovem voltou a viver para vida e a viúva voltou a ter vida pra continuar a viver. E tudo isso aconteceu graças a um Deus que resolveu parar um enterro, motivado pelas lágrimas de uma mulher imersa num silêncio cortante.

As duas multidões se encontraram em sentido oposto mas o milagre da ressureição fez com que todos se fundissem em uma só multidão. Jesus levou um novo significado de vida aos corações daqueles que choravam a dor de uma perda, por isso todos se uniram em torno do Mestre. O choro deu lugar a alegria, a morte deu lugar a vida, e todos se convenceram de que diante de Jesus até a morte se prostra. Jesus entrou na cidade acompanhado de muitas testemunhas mas o mais importante foi a sua entrada cataclísmica na história de uma mulher destroçada pelas perdas, mas restaurada pelo poder amoroso de um Deus que se recusou a continuar o caminho, alheio ao sofrimento humano.

Jonatas Oliva

domingo, 11 de abril de 2010

Não precisa mais esperar o anjo descer


Depois disso, havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora em Jerusalém há próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu de Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas. Porquanto um anjo descia em certo tempo e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Logo aquele homem ficou são,e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado.”
João 05:01-09

A esperança é algo que além de nos humanizar nos uniformiza। Todos nós vivemos cheios de expectativas, cremos que amanhã será melhor que hoje, esperamos todos os dias a cura para aquilo que nos faz sofrer, como crianças pavimentamos o caminho da nossa existência com o asfalto do crer. Somos assim! Esperamos o mover das águas no tanque da vida. Aquele dia era sábado, e a multidão esperançosa observava as águas; o olhar de todos se voltava para o mesmo lugar, pois afinal de contas a benção sempre chegou pelo tanque de Betesda. Não havia o porquê de olhar para outro lugar. A multidão que ali se encontrava também se assemelhava no que tange ao sofrimento, pois estavam todos enfermos. Talvez aquele lugar não fosse o melhor lugar para ser visitado por quem quer que seja. Estar ali era sinônimo de estar doente.

O lugar poderia não ser o mais paradisíaco de Israel, mas Jesus sempre nos surpreende entrando em lugares que nós jamais entraríamos। Eles esperavam por um anjo, mas o Senhor dos exércitos angelicais chegou primeiro e resolveu dar um passeio no meio daqueles alpendres abarrotados de doentes. Jesus então vê um homem que amargava longos trinta e oito anos de enfermidade e estabeleceu ali um diálogo com ele: “queres ficar são?” Essa não é a pergunta mais apropriada, é o que pensamos, claro que ele queria ficar curado por isso estava ali, é o que falamos. Mas essa pergunta na verdade revela que Jesus se interessa com pessoas esmagadas pelas circunstâncias e destroçadas pela implacabilidade da vida. Jesus talvez tenha sido o único no meio de toda aquela multidão que se preocupou com o que aquele homem queria, e como é bom saber que em meio as tragédias do percurso, alguém se preocupa com o que queremos.

A resposta do homem revela que sua enfermidade havia se estendido para sua alma। Não tenho amigos! Estou só, e nesse vestibular da sorte eu nunca vou conseguir passar, foi o que ele disse. Talvez o seu maior problema fosse a solidão. As feridas da alma doíam mais que as chagas do corpo. A minimização da existência imposta pela exclusão era muito pior do que o sofrimento amargo de longos trinta e oito anos de prisão em um leito. Estar perto daquele tanque era na verdade uma tortura praquele homem, pois estar perto da benção e não ser abençoado é como estar diante de um rio com sede e não poder tomar água. Oportunidade é o tipo de coisa que não se pode desperdiçar e todos ali sabiam disso, a chance era única, e naquele caso em especial a benção pertenceria ao mais esperto ao mais bem assessorado ao que chegasse primeiro. A competição era grande e os mais fracos com certeza se ajuntariam como platéia para celebrarem o milagre de quem desceu primeiro no tanque. O que esmagava o coração daquele homem era a certeza de que ele nunca seria o primeiro pelo seu próprio esforço, o seu lugar seria sempre no final da fila e olha que a fila era grande. Ali não havia espaço para altruísmo, o interesse de todos era chegar na frente de quem quer que seja. A esperança daquele enfermo de corpo e alma era de que alguém o colocasse na água quando ela fosse agitada, mas quem faria isso?

Jesus disse-lhe: levanta-te toma o teu leito e anda. Em outras palavras o que o mestre disse foi: não precisa mais esperar o anjo, nem o mover das águas, nem precisa se martirizar mendigando a misericórdia de alguém. Levanta-te para vida, toma o teu leito como testemunho da verdade e anda no caminho de cabeça erguida como alguém que foi encontrado no meio de muitos, ande como alguém que encontrou um grande tesouro: um grande Amigo.
O homem ficou são, tomou sua cama e partiu...
Jonatas Oliva

sábado, 3 de abril de 2010

Jesus a antítese da santidade igrejeira

Santidade para muitos cristãos ganhou conotação de uma coisa muito ruim, mas que infelizmente, precisa ser observada। Ou seja, pra ser santo tem que ser triste, brega, carrancudo, obtuso, e tem que estar disposto a abrir mão de tudo que é bom. O santo não pode dar gargalhadas, não pode ir ao cinema, não pode orar sem ser de joelhos, não pode se dar ao luxo de sentir nenhum prazer, não pode... Pois a idéia dualista de que o corpo é algo ruim e o espírito é bom se impregnou no meio cristão de tal forma que se torna quase uma heresia discordar desse pensamento, que tem sua origem não em Jesus mas no gnosticismo da era apostólica. A própria imagem que temos de Deus é de um ser carrancudo envelhecido de longas barbas brancas, sentando em um trono pronto para despejar sua ira sobre os desgraçados pecadores. “A alegria do Senhor” é um sacrilégio para muitos, enquanto deveria ser “a nossa força” Neemias 08:10.
Olhando para os evangelhos não tem como negarmos que Jesus é um Santo diferente। Primeiro Ele é santo porque nEle não se achou pecado, notamos também que Jesus sendo o que foi, não discriminou ninguém por não ser igual a Ele. Provavelmente Jesus teria muita dificuldade de lidar com os Regulamentos Internos de muitas igrejas, acho até, que Ele não seria aprovado pelo clero em nenhum Concílio Eclesiástico de nosso tempo. Jesus escandalizou os “santos” do seu tempo porque amou o que os “santos” quiseram apedrejar, foi acusado de glutonaria porque nunca hesitou em entrar na casa de quem quer que fosse para uma refeição, foi chamado pelos príncipes do templo de príncipe das moscas porque fez milagres, foi acusado de ferir a lei porque curou no sábado, dia santo pra quem desconhece o verdadeiro sentido de santidade. Em nome do amor Jesus se embrenhou em lugares inóspitos e sem deixar de ser santo Ele encheu corações de santidade. O Jesus dos Evangelhos ainda escandaliza muita gente “santa”.
Jonatas Oliva

sexta-feira, 2 de abril de 2010

MINHAS ANGUSTIAS LULARAFATIANAS E DILMAHMADINEJADIANAS...

O conflito entre árabes e judeus tem natureza psicológico coletiva; é fruto de amarguras e recalques milenares। Mas o ódio do Presidente do Irã [Mahmoud Ahmadinejad] a Israel remonta-se a um conflito de outra natureza, este metafísico e não de natureza apenas política [ninguém tem que crer no que digo; posto que falo com base apenas na fé que tenho nas Escrituras, especialmente no que vejo, leio e penso entender do Profeta Daniel].

O Profeta Daniel nos diz que havia uma guerra espiritual entre o Principado Espiritual da Pérsia e o Principado Espiritual de Israel!

Isto porque quando Israel foi para o Exílio em Babilônia no VI Século AC, Daniel disse que se estabeleceu um conflito entre o Principado Espiritual da Pérsia e Israel। Ora, a Pérsia de antes é o Irã de hoje. E o mesmo conflito ou ódio louco está presente hoje; agora sob a suposta alegação de que tem a ver com o Islã, quando de fato não tem; até porque o Alcorão jamais estimulou tal ódio entre mulçumanos e seus parentes judeus.

Ora, isto para não falar que os iranianos são mulçumanos, mas não são árabes; assim como os Turcos, por exemplo, são constituídos de maioria mulçumana, mas também não são árabes.
O problema agora é que o Lula está levando o Brasil, do ponto de vista de sua política internacional, para um terreno perigoso e que o Brasil não precisa conhecer।

Sim, pois tanto é um chão milenar de uma guerra que não nos diz respeito [bastam-nos nossas guerras internas contra a corrupção, a miséria, a polícia corrompida, o Congresso ladrão, os governos bandidos, e os traficantes desesperados e loucos, e contra a miséria e a pobreza]; como também é uma associação com aquilo que, do ponto de vista da Bíblia, seria algo semelhante a aliar-se a uma espécie de “magia negra global”।

E como é que o Lula nos está pondo em tal estado de perigo político e espiritual?

Ora, não mais podendo governar o Brasil [tenta fazer sua sucessora de saias... e que nela nem sempre caem bem...], ele, Lula, que se dizia “Paz e Amor”, vem mostrando que sua grande ambição não é elevar o Brasil à categoria de potencia econômica mundial, mas sim de elevar a si mesmo a uma categoria nova; ou seja: de Presidente do Mundo como Secretário geral da ONU, posto no qual crê ele, “nunca antes na história desse planeta” houve nenhum cara com sua capacidade, ambição e poder carismático... E é verdade; como também nunca houve nenhum antes dele tão ignorante da História e dos conflitos implicados na questão...

Para isto, vendo que o apoio dos Estados Unidos não viria jamais à sua candidatura a Secretário da ONU, em razão de suas amizades estranhas e longas com gente como Fidel, Kadaf, Hugo Chaves, Mahmoud Ahmadinejad, entre outros malucos da terra; e que o mesmo estava acontecendo pela mesma razão em toda a Europa [ele bem que tentou “cantar” o Presidente da França como pôde, mas não conseguiu] — o antes Lulinha Paz e Amor pôs-se a buscar apoio entre todos os países pobres da África [onde quaisquer milhões de dólares fazem uma festa], entre todos os países árabes, e, do ponto de vista mais explicito ainda, entre os piores inimigos dos Estados Unidos e de Israel; inclusive fazendo de conta que não sabe que o maluco do Mahmoud Ahmadinejad já disse que assim que puder explodirá Israel e o riscará do mapa।

Além disso, graças às loucuras de seu amigo Hugo Chaves, cujas loucuras o inviabilizaram como líder latino americano, Lula agora é “o cara” seguindo a cúpula dos países Americanos; e que açambarca países do México para baixo...

Com a soma dos votos dos malucos com assento para votar no novo Secretário Geral das Nações Unidas, existe grande chance de que o Lula venha a ser o próximo presidente da ONU; e, então, preparemo-nos [...], visto que no melhor das possibilidades econômicas do Brasil, sem que o tenhamos elegido um Presidente para que ele se propusesse a tais “campanhas de surtos pessoais-globais”, o Lula colocará o Brasil numa zona mais que perigosa, convidando para dentro de nossa história aquilo que, “nunca antes na história desse país” teve qualquer coisa a ver conosco।

Fico imaginando um Brasil rico, porém atolado em conflitos que nunca antes na história desse país nos disseram respeito!

Afinal, pergunto:

Quem deu ao Lula o direito de entrar em tal empreitada ainda como Presidente do Brasil e colocando o país numa zona de guerra que não nos diz respeito?

Já gostei do Lula; quando ele era apenas um cara que dizia: “Me ensina; porque eu não sei nada!”
Hoje, todavia, ele se coloca em uma linha de fogo político e espiritual para o qual nenhum brasileiro jamais votou nele para ver acontecer!

Muito pior tudo ficará se quem ganhar as eleições deste ano for a Lula-de-saias, a Rousseff...
Deus nos livre!

Era só o que nos faltava: um país acerca do qual o mundo concorda que em breve será a 5ª Potencial Econômica da Terra, podendo vir a tornar-se a 3ª em não muito tempo [e isto não foi um milagre do São Lula, como ele amaria ser adorado...] — porém com um ex-presidente sofrendo de um surto de insanidade de potencia global, de vaidade cósmica; e pior: podendo ainda “presidir o mundo” via ONU [e ele, sendo eleito, o fará]; tendo ainda o poder de ser o Real Presidente do Brasil; posto que a Rousseff será apenas um fantoche do Lalarafat!

Eu nunca antes declarei em quem votei ou votaria; porém, agora, ainda que apenas para poder dormir com a consciência tranqüila [...] declaro que votarei na Marina Silva; que pode ter a saúde fraca, mas tem caráter e consciência; e melhor: não caiu no surto diabólico que hoje possuiu o Lula que, no passado, costumava me ligar aos sábados para comentar a mensagem que eu tinha acabado de pregar no meu programa de televisão “Pare & Pense”।

Naquele tempo eu abominava o que os evangélicos diziam e projetavam sobre ele... Mas hoje vejo que estavam errados na temática do medo, mas que estavam certos no medo, ainda que sem tema।

O Lula de hoje me faz mais mal como idéia de Brasil Futuro do que quase qualquer outra ameaça nacional que ainda esteja por vir a ser criada; exceto essa que se Rousseffa bem diante dos meus olhos।

Lalarafat e Rousseffarat me dão angustia pelo futuro do Brasil no mundo; ou seja: na Terra!
Afinal, nem por ser um chavão deixa de ser verdade o que todas as sabedorias passadas nos ensinaram...

Dize-me com quem andas, comes e gargalhas, e eu te direi quem tu és; ou, pelo menos, no que tu te tornarás!

Outro dia ouvi o Lula dizer que as criticas que começa a receber [tardiamente no Brasil] não são justas; pois, diz ele, um estadista tem que ser amigo de todos, do Obama ao Mahmoud Ahmadinejad।

Mentira! Na Verdade o Presidente do Brasil não tem permissão eleitoral para fazer amizades com bandidos em nome de uma Fraternidade de Ambições pessoais!

O Lalarafat pode fazer amizade com quem quiser quando deixar a Presidência, mas não teve nossa permissão para aliar-se aos Marcolas e aos Beira-Mar do Planeta।

O que ele não tem é coragem de dizer que a sua Grande Campanha está em curso, e que para ele, hoje, mais importante do que eleger a Dilmahmadinejad é ganhar o lugar de Secretário Geral das Nações Unidas।

É ver e crer... Mas tem que ficar de olhos bem abertos!
Texto completo disponível em: www.caiofabio.net

terça-feira, 30 de março de 2010

LHC promove as primeiras colisões de partículas 'de laboratório' da história


Cientistas anunciaram ter conseguido nesta terça-feira (30) às 8h06 (hora de Brasília), pela primeira vez, a colisão de feixes de prótons no acelerador gigante de partículas LHC। “Muitas pessoas esperaram muito tempo por este momento, mas sua paciência e dedicação está começando a render dividendos", comemorou Rolf Heuer, diretor-geral da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês, a instituição responsável pelo LHC)।

O maior experimento científico do mundo consiste em colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado, recriando as condições presentes no momento do Big Bang, que teria marcado o nascimento do universo, 13,7 bilhões de anos atrás.

O Grande Colisor de Hádrons (LHC), situado em um túnel subterrâneo circular de 27 quilômetros de extensão sob a fronteiro franco-suíça, começou a circular partículas em novembro passado, depois de ser fechado em setembro de 2008 por causa de superaquecimento.

A experiência teve sucesso depois de duas tentativas frustradas durante a madrugada। De acordo com os pesquisadores, ela abre portas para uma nova fase da física moderna, ajudando a responder muitas perguntas sobre a origem do universo e da matéria.
Com informações da France Presse e da Agencia EFE

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vem com Jesus lutar em Jericó...



"Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus, mas não podia por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura. Então correndo adiante, subiu a um sicômoro afim de vê-lo, porque por ali havia de passar. Quando Jesus chegou aquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu desse depressa, pois me convem ficar hoje em sua casa. Ele desceu a toda pressa e o recebeu com alegria. Todos os que viam isso murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres metade de meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então Jesus lhe disse: hoje houve salvação nessa casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido. "
Lucas 19:01-10

Jericó é uma cidade que nos remete uma das histórias mais impactantes da bíblia, quem nunca foi desafiado a “lutar com Josué em Jericó”? Essa cidade já teve como maior destaque, suas muralhas। A sua proteção contra os invasores fazia dela uma fortaleza quase inatingível. Mas como aprendemos desde pequenos: nenhuma fortaleza suporta a ação do Todo Poderoso, portanto bastou os sons das trombetas dos filhos de Israel para que toda aquela, quase inatingível muralha, se transformasse em ruínas para testemunho do poder inigualável de Deus. Jesus atravessava uma cidade marcada na história pelos destroços de um muro, e eis que uma multidão se apertava para ver quem era o homem que estava causando tanto alvoroço por onde quer que colocasse o pé, mal sabiam eles que aquele Simples Galileu participou ativamente naquele dia histórico quando as grandes muralhas se transformaram num monte de entulho. Mas o trabalho de Jesus não havia acabado em Jericó quando os muros ruíram, ele estava ali para jogar por terra as fortalezas do coração.

No meio daquela multidão um homem chamado Zaqueu se destacou pela ambigüidade da sua sorte e pela incontrolável curiosidade que o consumia: o maioral dos publicanos que também era rico encontrou em sua baixa estatura um empecilho para se aproximar do Mestre, mas sua curiosidade era tão grande que ele não cedeu as suas limitações। Nada segurou aquele baixinho; apressado subiu na árvore que com certeza suportava seu peso e lhe deixava numa posição privilegiada para ver Jesus passar, esse era um método completamente natural e infalível, não havia nada de extraordinário em subir numa árvore, extraordinário era o fato de alguém tão bem sucedido subir como menino travesso em um sicômoro sem se importar com a repercussão do seu ato. Zaqueu não mediu esforço para ver Jesus, não desistiu diante dos obstáculos impostos pela própria vida, não se consumiu martirizando-se num espírito de autocomiseração se achando o menor de todos. Ele escolheu o caminho certo para se encontrar com o único Caminho capaz de levar paz ao coração do homem.

Quando Jesus passou por aquele lugar olhou para cima e viu o homem que cerrou os punhos e lutou contra tudo só para vê-lo। E diante de toda a multidão que o observava ele o chamou pelo nome resgatando assim o seu valor como indivíduo e se dispôs a ir onde a maioria das pessoas ali não tinham coragem de ir. Fazendo assim Jesus colocou Zaqueu na mesma estatura de todos os homens, ele era tão digno de receber Jesus em sua casa como o era qualquer outra pessoa. E assim como Zaqueu Jesus também não se importou com a repercussão de seu ato.

As pessoas que viram tudo aquilo acontecer murmuraram sem entender nada। As coisas são assim: quando não se entende nada se murmura contra tudo. Como poderia alguém tão popular como Jesus se hospedar na casa de alguém tão impopular quanto Zaqueu? Será que Jesus não poderia escolher uma pessoa mais digna para hospeda-lo ? Era o que todos questionavam. As muralhas de Jericó haviam caído, mas as muralhas dos corações daqueles homens continuavam de pé exceto as do coração de Zaqueu. As trombetas do amor de Deus ecoaram dentro dele e toda fortaleza foi abaixo. Sem ninguém pedir Zaqueu se colocou de pé no meio de todos e revelou ao Senhor a sua disposição em se concertar. As muralhas caíram para que começasse uma linda construção em seu coração.

O texto que começa falando que Jesus entrou em uma cidade termina falando que Jesus entrou em um coração, porque é no solo do nosso coração que ele deseja estabelecer sua morada e seu reino.
Jonatas Oliva

quinta-feira, 18 de março de 2010

Perguntas que respondo pelo menos 12 vezes por ano

A mulher crente pode usar calças?
Cabelo grande tem algo haver com santidade?
O senhor ouviu “aquela” pregação do Marco Feliciano?
Homem pode usar brinco?
Jesus tinha barba?
Adão tinha umbigo?
Quem morre vai pra onde?
O que é pecar contra o Espírito Santo?
Divorciado vai pro céu?
O senhor estava dormindo? (quase 11:00 horas da manhã)
O senhor já leu Bom dia Espírito Santo de Benny Hinn?
Crente pode ouvir música mundana?
Se Deus é tão bom porque existe tanta coisa ruim no mundo?
Quem é a besta do apocalipse?
Crente pode tomar vinho?
O Diabo pode ser perdoado?
Como posso perdoar alguém que não me pediu perdão?
Quanto é o seu cachê?
Jonatas Oliva

terça-feira, 16 de março de 2010

Celebrar também é viver


Viver é um grande desafio, mas convenhamos, é um desafio gostoso. Mesmo diante de todo caos à nossa volta, ainda encontramos no meio dos escombros da existência belezas inenarráveis que precisam ser celebradas. Na minha caminhada tenho celebrado grandes amizades que se fortalecem com o tempo e que se eternizam em cada conversa, em cada sorriso, em cada lágrima, em cada ósculo de sinceridade. Também tenho aprendido a celebrar o privilégio de andar com pessoas das quais o mundo não é digno, pessoas que no anonimato fazem proezas e no silêncio pregam com a intrepidez de seus atos. Celebro até as dores na digestão das perdas, não há beleza em perdas, mas são com elas que aprendo a grande lição de que também terei um fim. Celebro a arte que não se prostra diante do panteão da moda e não se emoldura ao apelo da superficialidade do nosso tempo. Enquanto eu viver celebrarei meus encontros com Deus entre as quatro paredes de meu quarto, celebrarei também os encontros humanos que me fizeram convergir à verdadeira felicidade. Amo a Vida em um fluxo constante de reciprocidade.
Jonatas Oliva

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mão ressequida e corações ressequidos



“Em outro sábado entrou na sinagoga, e estava ensinando. Ora havia ali um homem cuja mão direita estava ressequida. Os escribas e fariseus observavam-no para ver se o curaria no sábado, a fim de acharem de que o acusar. Mas ele lhes conhecia os pensamentos, e disse ao homem que tinha uma das mãos ressequidas: levanta-te, e põe-te em pé no meio. E levantando-se ele ficou de pé. Então Jesus lhes disse: que vos parece? É lícito no sábado fazer o bem, ou fazer o mal? Salvar a vida ou destruí-la? Olhando para todos em redor, disse ao homem: estende a tua mão. Ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra. Ficaram cheios de furor, e uns com outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus.”

Lucas 06:06-11

Se alguém me perguntasse hoje qual é a pior doença que existe, mesmo sem ser médico eu diria com toda a certeza: é a doença da alma. Eu não digo isso somente porque sou pastor, eu digo baseado no que acredito em termos de eternidade. Este texto traz a tona o grande problema do ser humano que é a sua enfermidade da alma, e ao falar da alma concomitantemente se fala de eternidade. Mão ressequida se limita à esfera terrena, mas coração ressequido tem implicações eternas. Eis aí o sério problema em questão.

Era sábado o dia em que Jesus entrou naquela sinagoga para ensinar. E entre todos que o ouviam um se destacou, não pela sua posição social, pela sua beleza ou pela sua religiosidade, mas ele se destacou por um incômodo problema em sua mão direita. Não se sabe muitas coisas sobre esse homem, apenas que era alguém que estava com uma enfermidade na mão, e se ele estava ali, provavelmente estava também interessado em ouvir o que Jesus falava. O homem da mão ressequida estava em silêncio, ele não pediu nada, não clamou por Jesus como o cego Bartimeu, não se lançou aos seus pés em súplicas e em adoração como o leproso, não tocou nas orlas de suas vestes como a mulher do fluxo de sangue e nem se humilhou como a cananéia pedindo as migalhas que caiam da mesas do seu Senhor. Ele simplesmente estava lá e isso foi o suficiente para que Jesus o percebesse. Na verdade esse texto é impróprio para se falar do esforço humano de se alcançar bênçãos, talvez poucos o usariam para fazer uma grande campanha de curas e milagres, visto que os únicos esforçados aqui são exatamente aqueles que procuravam achar um jeito de acusarem Jesus.

Alem do homem enfermo de sua mão direita à bíblia diz que estavam ali os enfermos de coração: escribas e fariseus. A doença daqueles homens estava tão avançada que nem no dia de descanso eles paravam de perseguir o Mestre, queriam a todo custo pega-lo em alguma falta para o acusarem. Eles não estavam interessados em ouvir Jesus, muito menos se interessavam com o problema do homem da mão ressequida. A religiosidade alimentava o câncer da alma de todos eles. Os escribas e fariseus não percebiam o perigo da doença que os consumia. Eles estavam quase entrando em óbito devido à insistência em não aceitar o Senhor da vida.

Jesus não se importou com a repercussão de um milagre naquele dia de descanso, mesmo vendo o que se passava no coração dos escribas e fariseus, pois para Ele a vida era infinitamente mais importante do que qualquer avaliação humana. “Levanta-te e põe-te em pé no meio”, foi o que disse Jesus para o homem da mão ressequida, e o homem imediatamente obedeceu, e depois de fazer algumas perguntas para todos que o ouviam inclusive para os seus perseguidores desalmados, ele pediu para que o homem estendesse sua mão e mais uma vez o homem obedeceu e naquela mesma hora a mão que estava ressequida foi completamente restaurada na frente de todos. Um milagre havia acontecido.

Depois de uma reunião tão abençoada como aquela o lógico seria que todos saíssem dali mais certos de que Jesus era realmente o Messias prometido, mas não foi isso o que aconteceu. Os enfermos da alma ficaram enfurecidos em seus corações ressequidos. Nem mesmo vendo com os próprios olhos o milagre que acabava de acontecer eles cederam. A doença estava avançada demais, por isso não tiveram o mínimo de sensibilidade para adorar ao Mestre, pelo contrário depois de tudo que havia acontecido eles se ajuntaram para tramar a morte de Jesus. O enfermo da mão foi milagrosamente curado, mas os enfermos de coração rejeitaram a cura por não perceberem que estavam doentes e muito próximos do óbito da alma.


Jonatas Oliva
Por que não podemos ser o juiz do nosso próximo?

Porque não sabemos o que está acontecendo entre Deus e o coração de ninguém

Porque não somos misericordiosos o suficiente

Porque com a mesma medida que julgamos seremos julgados

Porque as aparências enganam e geralmente julgamos pelas aparências

Porque fomos chamados pra sermos apenas testemunhas de Cristo

Porque discernimos apenas os atos, jamais as intenções

Porque quase sempre julgamos para condenar e quase nunca para absolver

Porque nos encontramos constantemente no banco dos réus

Porque não somos oniscientes

Porque não amamos o nosso próximo como a nós mesmos
Jonatas Oliva

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Felicidade na contramão do mundo



Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos: e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados (felizes) os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados (felizes) os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados (felizes) os mansos porque herdarão a terra. Bem-aventurados (felizes) os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados (felizes) os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados (felizes) os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados (felizes) os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados (felizes) os perseguidos por causa da justiça porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados (felizes) sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem, e mentindo disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que vieram antes de vós.
Mateus 05:01-12

Todos os homens querem ser felizes. Ninguém se esforça na tentativa de ser infeliz. Os atos mais nobres como o altruísmo até os atos mais insanos como o suicídio na verdade representam o esforço de cada um na busca daquilo que satisfaz o anseio mais profundo do coração. Felicidade é o alvo de todos os crentes e descrentes, santos e ateus, doutos e intelectuais, brancos, negros, mestiços... Todos se acham no direito de serem felizes. Mas o que é felicidade? Será que todos sabem o que realmente procuram? E porque existem tantas pessoas infelizes? Será que existe um caminho que conduz o homem para a felicidade? Acho que existem muitas perguntas sobre esse assunto nos porões de cada coração. Então vamos ouvir o que Jesus tem a dizer sobre isso:
A verdadeira felicidade se debruça sobre aquilo que o homem é e não sobre aquilo que ele possui. Felicidade tem a ver com o que somos: feliz é o humilde, o chorão, o manso... Segundo Jesus, ser é melhor que ter. O consumismo já foi considerado um caminho para a felicidade até o dia que o homem se cercou de tudo o que podia e mesmo assim percebeu que a infelicidade continuava sendo a companheira mais próxima, felicidade não se compra. Dinheiro pode gerar conforto, mas com certeza não satisfaz os anseios mais profundos do coração.
A verdadeira felicidade supera a alegria. Alegria é um sentimento bom, mas não deixa de ser um sentimento passageiro, já a felicidade é um estado contínuo de paz. Podemos chorar mesmo sendo felizes como também podemos sorrir mesmo estando envoltos num estado de completa infelicidade, e com certeza existem muitos sorrisos amarelados por aí. A felicidade independe de circunstâncias por isso: feliz é aquele que é perseguido por causa da justiça e feliz é aquele que tem o privilégio de sofrer por amor a Cristo.
A verdadeira felicidade não se encontra na periferia da existência, mas no centro de cada ser. A felicidade não está do lado de fora, mas no lado de dentro de cada um de nós. Precisamos estar reconciliados com Deus para estarmos bem resolvidos com agente mesmo. Feliz é aquele que tem essência em si, e essa essência só pode ser gerada por Deus, pois somos por natureza arrogantes, gostamos de uma boa briga, somos vingativos e pouco misericordiosos para com aqueles que nos machucam. Na verdade somos a antítese das bem aventuranças. Só Deus pode gerar alguma coisa boa no nosso interior.
A verdadeira felicidade é presente, pois os desdobramentos do futuro já nos foram revelados. A felicidade não é algo que conquistaremos num futuro escatológico, mas sim uma realidade presente, vivida agora, hoje e já. Sabemos o que nos espera amanhã por isso temos paz no dia de hoje. Amanhã será um dia de consolo, posse de heranças, de fartura, de descobertas sobre o Divino, de entrega de galardão. Pessoas felizes sabem até morrer, pois nem a dor da morte ofusca a glória que a de ser revelada na vida daqueles que partem com Cristo.
Ser feliz é andar na contramão do mundo. Jesus é o Caminho e só Ele pode nos conduzir a fonte da felicidade. Quem quiser chegar nessa fonte é só seguir as pisadas do Bom Mestre, e mesmo que tenhamos que abraçar uma cruz no meio do percurso, mesmo que tenhamos que regar essa estrada com lágrimas, podemos descansar em paz, pois o Príncipe da paz não se frustrou com oposições nem mudou sua rota para fugir do Gólgota, Ele chorou, amou, exerceu misericórdia, e hoje está a destra de Deus. Ser feliz é andar com Jesus.
Jonatas Oliva

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Definitivamente...

Oração não é reza
Púlpito não é palco
Oferta não é cachê
Adorador não é estrela
Adoração não é show
Pastor não é animador de palco
Triunfo não é sucesso
Dízimo não é mensalidade
Igreja não é a placa
Unção não é gritar
Converter não é levantar a mão na igreja
Prosperidade não é riqueza
Pobreza não é falta de riqueza
Fé não é a moeda que compra Deus
Doutrina não são usos e costumes
Perdoar não é ter amnésia
Felicidade não é alegria
Renovo não é reforma
Deus não é o gênio da lâmpada mágica

Jonatas Oliva

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

2012, por quê? 2010 está aí!


O ano de 2010 começa com uma das maiores catástrofes da história, o terremoto no Haiti não se limitou ao chão haitiano, a tragédia transcendeu ao abalo sísmico. O caos se instalou elevando na máxima potência o que já era desgraçadamente sofrível entre a população mais pobre da América. A miséria que já era prevalecente entre eles agora ganhou ares apocalípticos. E em meio a esse cenário esmagador algumas coisas se tornam completamente perceptíveis para mim.
Primeiro: o que notei é que o mundo hollywoodiano se sensibiliza mais que o mundo religioso. A mobilização eclesiástica diante das catástrofes é vergonhosa, o máximo que se faz é orar e lembrar aos fiéis de que o tempo do fim se aproxima com o simplismo que cobre o pensamento de quase todo o universo escatológico, mas a ação se limita a pequenos grupos cristãos altruístas que ainda choram com alguma coisa. “Estamos preocupados demais com nosso umbigo para olharmos para o umbigo do próximo, afinal de contas precisamos de avivamento em nossas igrejas, o show não pode parar!” É o que se diz em Atos pelas quatro paredes da religiosidade.
Segundo: as mortes causadas pelos destroços de concretos não foi o ápice do caos, o pior está acontecendo agora. As pessoas não perderam apenas famílias, elas perderam o acesso ao básico, que por sua vez já era escasso antes do terremoto. Andar em meio a corpos putrefatos espalhados pelas calçadas é tão terrível quanto tentar achar água potável e um punhado de alimento no meio dos entulhos do que um dia foi alguma coisa. Para boa parte da população haitiana não houve tempo nem de chorar os mortos, pois sobreviver passou a ser o grande desafio de todos eles.
Terceiro: existe uma turma religiosa idiotizada por aí que acredita e até celebra essa tragédia como se isso fosse uma intervenção divina como ato de juízo. “deus” segundo eles estaria furioso, por isso escolheu uma das populações mais pobres do planeta para despejar sua ira, esse “deus” é capaz de fazer tremer a terra só não é capaz de se sensibilizar em seu coração, aliás, os homens do planeta estão dando uma lição de bondade e amor com suas doações a essa divindade carrancuda e insaciável que precisa sempre mostrar o seu poder através de catástrofes naturais.
Quarto: percebo que tragédias como essa tem o poder de ressuscitar os sentimentos mais nobres dos corações ainda humanizados. A mobilização começa a se espalhar pelo mundo afora, e então notamos que de alguma forma podemos amenizar uma dor que é quase inexpurgável. Como posso ajudar? Pelo menos isso muita gente se perguntou, espero que encontremos uma resposta a tempo, pois o tempo não espera.
Jonatas Oliva