quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Seguir a Jesus continua sendo um grande desafio

“Indo eles pelo caminho, alguém lhe disse: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. Disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. Respondeu Jesus: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos, porém tu vai e anuncia o reino de Deus. Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: ninguém que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.”

Lucas 09:57-62


Há poucos dias atrás eu estava pensando no meu primeiro emprego de carteira assinada. Lembro-me do sentimento que envolveu meu coração quando entrei na sala do diretor, e ele com um olhar sério me perguntou por que eu gostaria de trabalhar lá. Como foi complicado para eu dar aquela resposta sem ter no mínimo dois minutos para raciocinar. Hoje todas as empresas trabalham a questão motivacional dos seus colaboradores, pois pessoas desmotivadas nunca surpreenderão de forma positiva no desempenho de suas funções. O Reino de Deus não é uma empresa, mas a motivação em seguir Jesus precisa urgentemente ser revista. Até que ponto nós estaríamos dispostos a seguir o Mestre?

Uma parte da igreja hoje se tornou extremamente interesseira, ela deseja até seguir a Jesus desde que não seja para o gólgota. Essa parte da igreja enfatiza com muita veemência aquilo que Deus pode dar, mas se esquece de proclamar aquilo que Deus requer de cada um que deseja segui-lo. Seguir a Jesus é um dos projetos mais fascinantes e desafiadores da terra; fascinante por se tratar de seguir a um Deus que se deixa ser alcançado e desafiador por que nessa caminhada é preciso também abraçar uma cruz e negar a vontade própria, e isso é realmente muito difícil. Numa sociedade que corre atrás da fama, riqueza, status, reconhecimento e coisas semelhantes, talvez Jesus não seja a pessoa mais interessante de ser seguida, visto que alguém que não tem onde reclinar a cabeça concomitantemente deixa de ser o padrão de sucesso e realização na atual geração. Bill Gates talvez seria uma pessoa melhor de ser imitada e seguida para quem deseja a glória nessa terra. A resposta de Jesus é um verdadeiro balde de água fria para os interesseiros que provavelmente o acompanhavam, e para aquele candidato a seguidor do Mestre talvez tenha sido um grande desafio encontrar motivação para segui-lo depois de saber que raposas e passarinhos viviam em maior conforto que o próprio Rei dos reis.

Quantos de nós seguimos Jesus pelo que Ele é, e não simplesmente pelo que Ele dá? A nossa motivação de estar um dia no céu, é a possibilidade de poder andar em ruas de ouro ou o forte desejo de poder contemplar o Senhor face a face? E se a única recompensa que nos fosse prometida nesta terra fosse o anonimato, será que mesmo assim pagaríamos o preço em segui-lo? Talvez respondendo essas perguntas com sinceridade cheguemos a conclusões mais sólidas a nosso respeito. Eu não pretendo aqui negar a eficácia do poder de Deus muito menos incentivar alguém a deixar de pedir os milagres advindos de suas tão grandes misericórdias. O que quero na verdade, é saber se a nossa motivação em seguir Jesus continua sendo a mesma motivação daquela multidão insaciável que o seguia somente pela multiplicação dos pães e peixes.

Deus não deseja compartilhar o nosso coração com nada e com ninguém, por isso Ele requer total exclusividade, Ele deseja ser sempre a prioridade máxima das nossas vidas. Para seguir o Mestre é necessário abrir mão, se preciso for, até do último adeus ao pai que acabou de falecer. Amar a Deus acima de todas as coisas é o primeiro e grande mandamento, e isso inclui ama-lo mais do que esposa, filhos, mãe, pai, carro, emprego, salário, etc... Seguir a Jesus é mais importante que enterrar o próprio pai, e se não for assim podemos voltar pra casa, fazer o que temos que fazer e continuar pensando que somos donos de nós mesmos, pois assim fazendo não precisaremos dar satisfações a ninguém das nossas prioridades.

Por fim o mestre deixa bem claro que segui-lo é caminhar por uma estrada sem volta. Não tem como andar com Ele olhando para traz, fitar os olhos no Senhor da vida é o pré-requisito exigido para quem deseja segui-lo de verdade, e antes que eu me esqueça Jesus também declarou que não deseja ter preguiçosos ao seu lado, pois segui-lo também é lançar mão no arado. Nessa estrada sem volta ninguém pode ficar parado, pois a terra precisa ser trabalhada e cultivada para o dia da grande colheita que estar por vir.
Vamos segui-lo?


Jonatas Oliva