quinta-feira, 17 de junho de 2010

Espiritualidade ou desempenho?


Boa parte das pessoas se relaciona com Deus na categoria do desempenho, ou seja: elas pensam que precisam ter um bom desempenho como cristãos para serem aprovadas por Deus, que por sua vez também precisa desempenhar bem o seu papel de divindade para ser adorado como Ser Supremo. Na verdade, as pessoas entendem muito pouco sobre a verdadeira espiritualidade. Deus não se encontra gerenciando uma empresa celestial onde o resultado é que define o sucesso de alguma coisa, nós sabemos muito bem de que “... há quem curou e o diabo já expulsou, mas Jesus nunca os conheceu”. O problema se debruça sobre o fato de nossos relacionamentos estarem contaminados pelos vírus letais de uma geração que troca o coração pelos resultados. A espontaneidade se perde em meio aos fardos pesados das obrigações e as pessoas voltam a ser escravas de um “Egito” que nunca se extinguiu do coração dos homens. É no “Egito” que o desempenho torna-se garantia de vida ou de morte, porque no reino de Deus os resultados são apenas conseqüências de uma liberdade vivida no amor. Deus não espera que sejamos o que não somos, precisamos nos enxergar como filhos e precisamos ver Deus como Pai. Essa é uma verdade que nos libertará para sempre...


Jonatas Oliva

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Santos-pecadores


A igreja tem muitas coisas para dizer ao “santo”, ela também tem uma cartilha infindável para apresentar ao “pecador”, mas o que dizer para aqueles que são santos-pecadores? Bem, acho que se formos sinceros, convergiremos sem exceção para o mesmo lugar, ou seja: não somos santos sem pecado e nem pecadores que se alegram no pecado. Ao aceitarmos nossa condição de santos-pecadores concomitantemente assumiremos o fato de que não chegamos ainda a estatura de pessoas perfeitas, aliás, há um abismo entre nós e a perfeição.

Ao abraçarmos o evangelho não nos tornamos perfeitos, mas nos tornamos conscientes de quem somos e melhoramos a cada passo quando andamos com Jesus. A caminhada é longa e a mudança sempre necessária. Em nós habita a possibilidade de nos transformar com o tempo, podemos melhorar ou piorar e as escolhas é que definirão o rumo dessa metanóia (arrependimento, conversão). O evangelho nos iguala, mas a religião tem sempre a tendência de eleger seus “santos” e seus “pecadores”, é interessante observar que os grandes personagens bíblicos, não foram santos sem pecados, eles viveram em meio as tragédias geradas por escolhas erradas e também experimentaram o prazer de acertarem na vida, ou seja: eles eram muito parecidos comigo e com você.

Jesus não autorizou ninguém pecar, mas Ele não apedrejou nenhum pecador e olha que não faltou oportunidade para fazer isso em seus dias. Ora, se Jesus sendo o único Santo sem pecado teve paciência com os santos-pecadores nós que nos igualamos em essência precisamos ser pacientes uns com os outros, pois com a mesma medida que julgarmos um dia também seremos julgados.
Jonatas Oliva