sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Definitivamente...

Oração não é reza
Púlpito não é palco
Oferta não é cachê
Adorador não é estrela
Adoração não é show
Pastor não é animador de palco
Triunfo não é sucesso
Dízimo não é mensalidade
Igreja não é a placa
Unção não é gritar
Converter não é levantar a mão na igreja
Prosperidade não é riqueza
Pobreza não é falta de riqueza
Fé não é a moeda que compra Deus
Doutrina não são usos e costumes
Perdoar não é ter amnésia
Felicidade não é alegria
Renovo não é reforma
Deus não é o gênio da lâmpada mágica

Jonatas Oliva

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

2012, por quê? 2010 está aí!


O ano de 2010 começa com uma das maiores catástrofes da história, o terremoto no Haiti não se limitou ao chão haitiano, a tragédia transcendeu ao abalo sísmico. O caos se instalou elevando na máxima potência o que já era desgraçadamente sofrível entre a população mais pobre da América. A miséria que já era prevalecente entre eles agora ganhou ares apocalípticos. E em meio a esse cenário esmagador algumas coisas se tornam completamente perceptíveis para mim.
Primeiro: o que notei é que o mundo hollywoodiano se sensibiliza mais que o mundo religioso. A mobilização eclesiástica diante das catástrofes é vergonhosa, o máximo que se faz é orar e lembrar aos fiéis de que o tempo do fim se aproxima com o simplismo que cobre o pensamento de quase todo o universo escatológico, mas a ação se limita a pequenos grupos cristãos altruístas que ainda choram com alguma coisa. “Estamos preocupados demais com nosso umbigo para olharmos para o umbigo do próximo, afinal de contas precisamos de avivamento em nossas igrejas, o show não pode parar!” É o que se diz em Atos pelas quatro paredes da religiosidade.
Segundo: as mortes causadas pelos destroços de concretos não foi o ápice do caos, o pior está acontecendo agora. As pessoas não perderam apenas famílias, elas perderam o acesso ao básico, que por sua vez já era escasso antes do terremoto. Andar em meio a corpos putrefatos espalhados pelas calçadas é tão terrível quanto tentar achar água potável e um punhado de alimento no meio dos entulhos do que um dia foi alguma coisa. Para boa parte da população haitiana não houve tempo nem de chorar os mortos, pois sobreviver passou a ser o grande desafio de todos eles.
Terceiro: existe uma turma religiosa idiotizada por aí que acredita e até celebra essa tragédia como se isso fosse uma intervenção divina como ato de juízo. “deus” segundo eles estaria furioso, por isso escolheu uma das populações mais pobres do planeta para despejar sua ira, esse “deus” é capaz de fazer tremer a terra só não é capaz de se sensibilizar em seu coração, aliás, os homens do planeta estão dando uma lição de bondade e amor com suas doações a essa divindade carrancuda e insaciável que precisa sempre mostrar o seu poder através de catástrofes naturais.
Quarto: percebo que tragédias como essa tem o poder de ressuscitar os sentimentos mais nobres dos corações ainda humanizados. A mobilização começa a se espalhar pelo mundo afora, e então notamos que de alguma forma podemos amenizar uma dor que é quase inexpurgável. Como posso ajudar? Pelo menos isso muita gente se perguntou, espero que encontremos uma resposta a tempo, pois o tempo não espera.
Jonatas Oliva