quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

2012 prestes a virar história




Há menos de uma semana para o fim de 2012 começo a rever meus planos, também faço uma retrospectiva da minha vida e tento chegar a algumas conclusões. Confesso que parte das minhas conclusões me deixa frustrado, por exemplo: meu Deus... Não emagreci, aliás, acho que engordei um pouco mais! Rsrsrsrsrs! Outras me catapultam para projetos maiores, como: caminhei para mais perto de Jesus e sei que posso me aproximar mais d’Ele.

Com certeza não sou o mesmo homem de dezembro de 2011, pois: “o tempo que passa deixa em nós muitas marcas”. Desci algumas vezes a casa do Oleiro e saí com a certeza de que o Artesão de minha vida sabe o que está fazendo. A minha família cresceu dentro de mim, por isso percebi que tenho me tornado um homem mais apaixonado pelas pessoas que me cercam de carinho. Nesse ano chorei perdas e celebrei amizades, escrevi menos e cantei mais, me tornei um homem habilitado (CNH) e ganhei um violão para cantar as coisas do coração, preguei o evangelho em todas as oportunidades que Deus me concedeu, viajei como nunca, ampliei minhas tendas relacionais, fiz dívidas e quitei boa parte delas, recebi ofertas e ofertei com enorme alegria, corri, andei e houve momentos que precisei parar, sentar e mudar.

Sou grato a Deus pela Sua insistência comigo, pelo Seu perdão que me alcançou depois dos tropeços, pelo Seu amor que se dilatou dentro de mim e pela Sua paciência diante da minha enorme ignorância. Sei que sou igual a todos os homens, por isso preciso melhorar. Meus planos para 2013 não são tão diferentes daqueles para 2012, visto que mudei, mas continuo o mesmo. Talvez o maior desafio para esse novo ano que se desponta seja o de guardar meu coração, pois é dele que procedem todos os caminhos da vida.



Jonatas Oliva

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Silas Malafaia e seu samba de uma nota só



Essa semana alguém me perguntou sobre um tal de desafio que o Silas Malafaia propôs em seu programa de TV, no início fiquei curioso para saber que desafio era esse, mas quando comecei a ouvir o samba malafaiano de uma nota só, desanimei. Confesso que já ouvi algumas pregações do Silas de 1997 à 2002 mais ou menos. Antes de 1998 a voz altissonante da igreja evangélica brasileira era indiscutivelmente o Caio Fabio, o Silas por sua vez tinha um programa simples e meio brega e eu achava aquele homem de bigode tão estranho que resolvi ouvi-lo algumas vezes. Se não me engano o programa “Vitória em Cristo” do Malafaia antecedia o “Pare e Pense” de Caio Fabio. Poucas pessoas sabiam quem era o Malafaia salvo quem o acompanhava no 25ª hora e um grupo não tão grande de assembleianos. Em 1998 com o caso extraconjugal do Caio e com a avalanche do Dossiê Cayman a igreja se sentiu traída pelo seu porta voz, foi aí que ficou uma grande lacuna a ser preenchida com relação a liderança e com relação a quem falaria pelos evangélicos depois de todo aquele escândalo. Foi aí em 1998 que nasceu o Silas para o Brasil, ele se candidatou a porta voz dos evangélicos e boa parte da igreja o aceitou.

A partir de 1998 o até então “ilustre desconhecido” Silas Malafaia começou ganhar espaço na TV com a brecha deixada pelo Caio Fabio e com um discurso contrário a Teologia da prosperidade visando alcançar parte da igreja tradicional. O Silas se posicionou contra o G12 com muita veemência no início do movimento no Brasil, foi então que ele ganhou a admiração de parte da igreja que não digeria muito bem aquele novo mover. Contudo depois de algum tempo o Silas começou a mudar, tirou o bigode para não ser confundido com o ratinho, coisa difícil de desvincular, rsrsrsrs. Depois disso o Silas se tornou o inimigo nº1 do LGBT e passou a ser um defensor disfarçado da Teologia da prosperidade. Desde então o que tem cercado o Silas são assuntos relacionados ao acúmulo de riquezas, e a sua luta pela não aprovação da plc 122. O Malafaia se tornou matemático rsrsrsrs, brincadeira, mas os números é o que passou a justificar todas as suas ações, os números e os cifrões também passaram a legitimar suas loucuras e calar os que discordam dele.

Então voltando ao assunto do desafio, confesso que não tive alma para ouvir a mensagem até o fim, aliás, quando ele leu o texto de II Coríntios 09 sobre a coleta da igreja para os crentes pobres de Jerusalém e começou a defender sua apostasia fazendo desse texto a base de sua pregação, não tive mais estomago para ouvi-lo. Me desculpem, mas não tenho muito o que falar de mais essa loucura malafaina, e a melhor resposta será dada pelo próprio dono do rebanho. O grande exemplo de oferta é a do próprio Cristo que se entregou por todos nós, se desfazendo de sua glória, se vestindo de humanidade para andar entre os homens dessa terra, inclusive anunciando o evangelho aos pobres sem esse apelo a semeadura financeira. A semente mais importante que foi sempre enfatizada pelo Mestre é a do Evangelho que é capaz de enriquecer a alma e nos tornar melhores nesse mundo. Sugiro ao Malafaia que se desfaça de seus impérios para que o impacto de sua mensagem chegue aonde precisa realmente chegar, mas como já sei que ele não escuta um ilustre desconhecido fica a dica pra quem deseja chegar onde ele está.

Alguns Links de respostas:








Jonatas Oliva

terça-feira, 29 de maio de 2012

ESGOTADOS NO CAMINHO


Na minha caminhada “evangélica” tenho me deparado com pessoas de todos os tipos: entusiasmadas, inocentes, apaixonadas, ortodoxas, liberais, farisaicas, imaturas, maduras, sinceras... Há todo tipo de crente espalhado nos mais diversificados apriscos da vida. Mas um tipo em especial vem me preocupando em demasia, são os crentes que se exaurem no meio da caminhada, aqueles que perdem o coração antes do fim do caminho. Essas pessoas se tornam extremamente frias, negativistas, cansadas, raivosas, descrentes e vazias. Algo lhes suga o que há de bom e o que resta são apenas testemunhos saudosistas de quem se frustrou crendo que dias melhores viriam. É triste vermos gente boa na periferia da vontade de Deus, debruçadas sobre a fadiga e se alimentando de frustrações.

As causas para essa exaustão espiritual são diversas, mas com toda certeza todo o problema começa no prato onde as pessoas estão se alimentando. A boa comida espiritual anda escassa por isso os crentes andam comendo qualquer coisa que lhes vem à boca. A falta de discernimento aliada à superficialidade dessa geração tem nos fragilizado a ponto de termos dificuldades de julgar as coisas mais simples da vida. A leitura da Palavra foi substituída pelos DVDs de pregação e os tele evangelistas ganham a cada dia status messiânicos a ponto de não poderem ser questionados em meio as suas loucuras descomunais. A dificuldade de se estudar a Palavra abrange parte dos pregadores que por sua vez se contentam em papagaiar os jargões cansativos e inócuos de quem é o sucesso da vez.

Além do veneno que as pessoas jogam para dentro de si muitas vezes sem saber, há também um sério problema relacional que se debruça sobre o fato dos “crentes” acreditarem que são avaliados ou aceitos por Deus devido ao bom desempenho no serviço cristão. Nesse sentido quem faz muito se sente confortável em exigir seus direitos e quando a recompensa não é a esperada aí bate a sensação que Deus não é um bom patrão. Por outro lado quem não consegue acompanhar os “super crentes” se sentem frustrados por não terem os “super poderes”. Assim as pessoas adoecem, são tomadas de amnésia, se enfraquecem simplesmente por não enxergarem Deus como Pai. A igreja nos ensina a chamar Deus de Pai, mas muitas vezes nos leva a relacionarmos com Ele como se fossemos escravos. Tem muita gente parecida com o moço mais velho da parábola do filho pródigo, nunca saíram de casa, porém nunca conheceram o Pai amoroso que tinham perto de si, são filhos que vivem como escravos. Não podemos esquecer que o amor de Deus por nós não tem nada haver com o que fazemos e sim pelo que somos. Nós não obedecemos para sermos amados, obedecemos porque somos amados.

No nosso tempo a falta de compreensão do que é fé também tem matado muita gente, pois não são poucas as pessoas que acham que Deus precisa se submeter a nossa fé. A grande verdade é que nossa fé é que precisa se submeter à vontade de Deus e não o contrário. Fé não é a moeda que compra Deus. A fé me lança nos braços de Deus em plena confiança ela nunca me coloca no “sindicato dos crentes inconformados, insatisfeitos e revoltados”. Se temos fé então confiamos, se temos fé em Deus logo confiamos nEle independente das circunstâncias ou do dia mal que chega sem a gente chamar. A fé em Deus abre os nossos olhos para que o enxerguemos no trono e é essa a visão que nos libertará do sofrimento de querer controlar as circunstancias que sempre nos escapam por entre os dedos.

Eu acredito que só existe um Caminho para o renovo. Para os que já se esgotaram se faz necessário refazer a caminhada de volta para casa do Pai e aceitar o amor de um Pai que nunca desistiu de esperar pelo filho que se perdeu. Para os que estão de pé é imprescindível continuar seguindo as pisadas de Jesus, ou seja, continuar no Caminho que conduz ao centro da vontade do Pai.

                                                                                                                         Jonatas Oliva


segunda-feira, 30 de abril de 2012

O livro do Apocalipse



O livro do Apocalipse é instigante e belo, a começar pelo fato de ser o único livro da bíblia que carrega em si uma promessa de bem-aventurança para quem o lê, “Bem-aventurado aquele que lê e guarda as palavras desta profecia” Ap 01:03. Na minha adolescência eu o li algumas vezes, e com minha cabeça de adolescente viajava com todas aquelas figuras de linguagem, para mim aquilo era quase uma aventura hollywoodiana. Sempre me embaraçava com os números e quase sempre chegava a conclusão que para entender aqueles cálculos eu teria que entrar em uma faculdade de matemática ou de física quântica, de maneira nenhuma decorava as seqüências de acontecimentos ali descritos, isso sem falar que eu não sabia se o que estava escrito já tinha acontecido ou ainda iria acontecer. Em minha busca sincera pela interpretação correta do texto me engajei em longas pesquisas e discussões infindáveis com Aminelistas, Pré-milenistas, Pós-milenistas e todos os “istas” que me esbarrei ao longo da caminhada.

Confesso que continuo embaraçado com os números e quase tudo que leio, ouço ou que tenho a dizer sobre o apocalipse continua no campo teórico. As divergências sobre o que é ou não literal variará de acordo com os fundadores de cada pensamento e cada simpatizante teórico defenderá seus argumentos com dificuldades em responder questões relacionadas à cronologia de acontecimentos futuros e a literalidade ou não do que vai acontecer. Porém em algumas coisas todos devem concordar:
  • O fim de tudo o que é conhecido e o início de um novo tempo é um fato inamovível em todas as escrituras e é reafirmado com contundência em todo o Apocalipse
  • Deus está no trono, essa é uma verdade gritada em toda profecia apocalíptica, o Todo Poderoso não perdeu e jamais perderá o controle de nada
  • Deus julgará todas as coisas e não haverá possibilidade de se ocultar nada diante dEle
  • Um dia o caos se instalará em todos os setores da vida, e os poderes que regem a política, religião, ciência e economia serão abaladas, e quase tudo entrará em colapso
  • Aparecerá um líder mundial extremamente carismático e com poderes inimagináveis
  • São as forças espirituais que colocarão em funcionamento as engrenagens que desencadearão os acontecimentos do fim
  • Os acontecimentos escatológicos não são apenas de cunho local, são de cunho global e cósmico
  • Satanás continuará sendo um inimigo vencido mesmo que por um pequeno espaço de tempo ele vença os santos através da vontade permissiva de Deus
  • A eternidade com Deus é infinitamente melhor do que a limitação do nosso presente com Ele, e a eternidade sem Deus é infinitamente pior do que o presente sem Ele
  • A perseverança e o triunfo andarão sempre de mãos dadas


Jonatas Oliva

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Olhando para dentro


Certas coisas jamais poderiam cair no esquecimento, outras deveriam ser esquecidas o quanto antes. Nós temos uma tendência terrível de guardarmos o que não precisa e o que é importante descartamos com muita facilidade, foi pensando nisso que cheguei a conclusão que nosso coração pode ser um grande lixão fétido tomado por moscas, ratos, baratas e escorpiões, ou pode ser uma fonte de água viva, um Oasis de graça e poder. Portanto nós podemos decidir de que forma iremos caminhar na vida, Deus nos dá a liberdade de também escolhermos os fardos a serem levados no caminho, e o que pavimenta o caminho do sucesso ou do fracasso em nossa história é exatamente a forma que caminhamos e os fardos que levamos. Deus não deseja que ninguém piore chegando ao fim da vida exalando o mau cheiro da alma em putrefação, quem anda com Deus não fede morte, quem anda com Ele se perfuma com o bom aroma da vida. Não há espaço para lixo no coração de quem se entrega verdadeiramente a Cristo. Deus nos lava, nos purifica, nos justifica, nos santifica para que nos tornemos mais parecidos com Ele a cada dia. Esse é o maior triunfo de quem anda com Deus: ir sendo transformado a Sua imagem e semelhança. Olhar para dentro se faz necessário para quem não deseja ser uma grande farsa, precisamos saber o quem tem enchido o nosso coração, pois é dele que procedem todos os caminhos da vida.

Jonatas Oliva

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Súplica reeditada
Ricardo Gondim

Pai nosso e dos exilados, dos deprimidos, das meninas vendidas à prostituição, dos curdos, das aeromoças, dos ianomâmis, dos carvoeiros, das juízas, dos mineradores chineses, dos médicos legistas, dos cabelereiros, das noviças, dos poetas, das atrizes, dos teólogos, das massagistas, dos meus filhos e netos, dos ateus, das motoristas de ônibus, dos carcereiros.

Que estás no céu, na terra, no vácuo, no hades, no patíbulo, na floresta, na sala de hemodiálise, no cabaré, na UTI, no acampamento dos sem-terra, na catedral, na sala de tortura, no asilo de velhos, no botequim, no matadouro, no quartel, na ambulância, no escafandro, no aeroporto, no palco, na piscina, no hospício.

Santificados sejam o teu nome, a ideia que fazemos de ti, o livro que escrevemos sobre ti, a música que cantamos sobre ti, os planos de paz que organizamos pensando em ti, a mulher que tocamos por seguirmos a ti; e o futuro que sonhamos por ousarmos te chamar de Pai.

Venha o teu reino. Sentimos a urgência não de ir até aí, mas de demonstrar aqui neste planeta diminuto a aspiração que está no além. Queremos nos enraizar neste chão para fazer algo novo, algo que se sobreponha ao que já se construiu na história. Acontece que somos inadequados, claudicantes e egoístas. Incentiva-nos a querer mostrar lampejos do que seria a vida se vivêssemos, minimamente, teus valores. Faze-nos subversores do inexorável, sabotadores das sinas, revolucionários do amanhã. Precisamos da esperança que desvela outra realidade, outro mundo, outra forma de viver.

Seja feita a tua vontade na terra como ela é feita no céu. Desde a criação decidiste que homens e mulheres tomariam os rumos da história. Tu assinalaste a eles a responsabilidade de disseminar bondade e não crueldade, equidade e não injustiça, criatividade e não opressão, liberdade e não escravidão. Anima-nos para que possamos incubar vida, parir oportunidade, perenizar o bem e assim estreitar esse abismo que nos separa de tua morada.

O pão nosso de cada dia, nos dai hoje, mas que este pão nos alimente física, emocional e espiritualmente. Não nos deixe satisfeitos com a ração que nos apequena em nossa humanidade. Temos fome de sentido, carecemos de afetos, ansiamos por beleza, desejamos transcendência. Dá-nos gula de palavras; e que as palavras, transformadas em versos, nos saciem de eternidade. E que as parábolas, temperadas de metáforas, se transformem no banquete que nos salva no dever inclemente de sobreviver, só sobreviver.

Perdoa a nossas dívidas bem como as ofensas grosseiras de quem ataca a adolescente, o homossexual, o pobre, o negro, o cigano, o gari, o porteiro, a babá, o garçom, o pedreiro, o trovador, a enfermeira, a maria-ninguém. Somos cruéis uns com os outros, lentos em reconhecer a dignidade alheia. Mordazes, desaprendemos a respeitar dores. Inclementes, desonramos sonhos. Insensíveis, não paramos para ouvir queixas. O perdão nos livra dos grilhões que nos aferramos com o endurecimento. Precisamos de misericórdia, antídoto que nos salva do veneno que tentamos inocular nos outros. Falta-nos a percepção que revidar só expõe a soberba de nos achar melhores e mais privilegiados que os demais.

Assim como perdoamos aos nossos devedores, não nos deixa aspirar de ti nada além do que fazemos pelo próximo. Não te sintas obrigado a nos absolver mais do que absolvemos, a nos compreender mais do que compreendemos, a nos proteger mais do que protegemos. A régua que medirmos deve ser a mesma que esperamos ser aferidos. Que nossa balança não se vicie. E que nós nos identifiquemos no próximo, única forma de amá-lo.

Não nos deixe cair em tentação. Livra-nos do mal, que é a desgraça de cobiçar poder, honra e glória. Lembra-nos: cobiçar poder transforma anjo em diabo e homens em demônios. Que não nos iludamos com caminhos largos, com brilho intenso ou com segurança de riqueza sem fim. Desperta-nos para a vida do Nazareno que desprezou valer-se do divino em sua árdua trilha humana. Sem apelar para poderes sobrenaturais, ele se fez gente. Foi grande porque não fugiu da morte estúpida e banal que os opressores lhe impuseram. Dá-nos a serenidade de não nos seduzir pela mentira de que existe outra senda senão a que ele escolheu.

Amém.

Soli Deo Gloria