sábado, 12 de dezembro de 2009

A igreja que se Frankensteinizou


Ultimamente tenho percebido que a igreja tem passado por mudanças tão profundas que até Frankenstein iria ficar chocado ao observá-la. As mudanças não são apenas estatutárias, vão muito além... A igreja vem se descaracterizando a cada passo, se tornando algo bem diferente da “proposta evangélica” de ser. Sinceramente eu não sei se Jesus acharia púlpito para anunciar o evangelho em alguns desses lugares que chamam de Eclésia. Parte dessa turma que anda gritando por aí que o Brasil é do Senhor Jesus, na verdade ainda nem abriu as portas do coração para que Ele entre e faça morada.

O que se faz em nome de Deus entre essas quatro paredes é de arrepiar a alma até do mais incrédulo dos homens. Tudo o que Jesus não fez e nem ensinou fazer é ato contínuo entre muitos “crentes”. Parte das lideranças aprendeu ler o Evangelho a partir dos estatutos enquanto deveriam ler os estatutos a partir do Evangelho. Adoradores se transformaram em artistas gospel e com seus cachês milionários enganam os crentes sinceros com discursos mentirosos e jargões que não expressam nada a não ser o vazio do próprio coração. Os púlpitos cada vez mais se parecem com palcos e pastores se encarnam no papel ridículo de animador de auditório. O “fazer o que é certo” foi substituído pelo “fazer o que dá certo”, e os números se tornaram o padrão de triunfo em qualquer lugarzinho onde Jesus tenha habitado. Não há mais espaço para a igreja de dois ou três que se reúnem com sinceridade em torno do nome de Jesus, a não ser que esses dois ou três aceitem ser apenas uma célula da mega igreja. O amor por Jesus foi substituído pelo amor à placa institucionalizada. O poder político temporal tem sido disputado em meio a um verdadeiro Jihad denominacional e diante do caos moral, multiplicam-se os anões do orçamento evangélico e as sanguessugas crentarrões. Vem aí mais um ano eleitoral e meu estômago já começa embrulhar, pois o que se fará daqui pra frente em muitos guetos cristãos transformará os problemas de Brasília em calanguinhos diante dos tiranossauros rex que sempre ressuscitam em meio às fortunas manchadas pela corrupção dos que anunciam o evangelho sem nunca terem se convertido de verdade. E assim vai caminhando a “igreja”. Onde tudo vai parar? Só quem viver verá!

Calma! Nem tudo está perdido. Há ainda sete mil que não se prostraram diante de Baal, Mamom ou qualquer outra divindade que não seja o Senhor, e são esses sete mil que quero ter como irmãos e companheiros no restante de minha caminhada. O amor se esfriará de quase todos, não de todos. Há remanescentes por aí que não se petrificaram no interior e nem perderam a alma na caminhada, há profetas que não se venderam, há pastores que não perderam o coração. E eu continuo fazendo coro com o Carlinhos Felix: “De que lado você está? De que lado você quer ficar?” eu escolhi onde quero estar e onde quero ficar, e você?

Que Deus nos ajude nesses últimos e caóticos dias.


Jonatas Oliva

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